By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
Ao G1,
a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) disse que atualmente o hospital
só tem um profissional terceirizado para o serviço de anestesia (e este
não estava de plantão no dia) e um outro médico habilitado para
anestesiar encontra-se afastado.
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Segundo relato de um irmão, a gestante Keylyzangela Nillio deu entrada
no Hospital Regional de São Francisco por volta de 21h da noite de
terça-feira (18). Keylyzangela já estava com 39 semanas de gestação.
Após a mãe ser internada na unidade de saúde, os médicos perceberam que
a bebê estava com os batimentos cardíacos alterados, mas não havia
anestesista no plantão para fazer um parto de urgência
Segundo a família, foi então necessário aguardar a chegada de uma
anestesista para, assim então, realizar o procedimento de parto, o que
aconteceu só quarta-feira (19), 10 horas depois da internação de
Keylyzangela.
Mas a bebê Cecília não resistiu e, ao ser retirada de dentro da barriga da mãe, não tinha mais sinais vitais.
Ainda segundo a família, atualmente existe somente uma funcionária anestesista para a demanda da região do Vale do Guaporé.
Após o bebê, já sem vida, ser entregue aos pais, familiares
fotografaram a triste cena e postaram no Facebook. Na imagem, pai e mãe
beijam o rosto de Cecília pela primeira e última vez.
A foto postada nas redes sociais ganhou repercussão e já teve mais de 18 mil reações.
O que diz o estado?
Segundo a Sesau, responsável pelo hospital de São Francisco, atualmente
existe um contrato com empresa terceirizada para prestação de serviço
de anestesia com um profissional contratado para cumprimento de 20
plantões diurnos de 12 horas cada plantão.
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A saúde também alega existir um profissional médico que exercia a
função na anestesia na cidade de São Francisco, mas atualmente o mesmo
encontra-se em processo de aguardar aposentadoria em casa.
"Temos edital aberto para contratação de servidores para serviço de
obstetrícia e anestesista, porém, deserto", afirma a Sesau.
O estado lamentou a morte da bebê Cecília, e vê com muita necessidade
um profissional de anestesia para outro turno de trabalho.
"Salientamos que quando a equipe médica de plantão do HRSFG vê a
necessidade de realização de procedimento que demanda a presença de
anestesista em turno de trabalho no qual não temos esse profissional
disponível, o paciente é encaminhado para unidade de referência", diz em
nota.
Na noite do sábado (22), uma nova nota foi divulgada pela Sesau
detalhando o procedimento adotado para o atendimento da paciente.
"A
Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) vem a púbico esclarecer os
seguintes fatos com relação à morte de um recém-nascido ocorrido na
última quarta-feira (19), no Hospital Regional de São Francisco do
Guaporé (HRSFG).
De
acordo com o boletim médico, a paciente K.F.N, de 28 anos, grávida de
39 semanas, chegou no hospital no dia 18/08 às 20:46h, encaminhada por
uma Unidade de Pronto Atendimento por apresentar alteração no batimento
cardíaco fetal (BCF), que era de 165 batimento por minuto, sem
apresentar qualquer outro sintoma: a paciente não sentia dor, não estava
com perda de liquido, sem sangramento, e não estava em trabalho de
parto.
A
mesma foi atendida por um obstetra plantonista, que realizou todo
procedimento clínico, e foi realizado monitoramento do BCF de 30 em 30
minutos durante todo plantão noturno.
Na
manhã seguinte às 06:30h, o bebê apresentava BCF de 160 bpm. Às 07:30
foi indicado parto cesárea, já iniciando a preparação da paciente. Às
07:35h teve início o procedimento com EQUIPE COMPLETA (OBSTETRA, MÉDICO
AUXILIAR, ANESTESISTA, PEDIATRA, ENFERMEIRO, TÉCNICO DE ENFERMAGEM), com
retirada do feto em parada cardiorrespiratória (PCR), iniciando
imediatamente o protocolo de massagem e passado ao pediatra presente na
sala cirúrgica.
O recém-nascido apresentava liquido amniótico espesso e presença de mecônio.
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Foi realizado todo protocolo para a PCR e síndrome de aspiração de mecônio, com desfecho desfavorável infelizmente.
Foi
notado pela equipe alterações congênitas no bebê, o que foi informado
aos familiares, sendo oferecido todo suporte possível naquele momento
difícil e orientado sobre o Serviço de Verificação de Óbito, porém os
familiares se mostraram contrários.
Quanto
ao serviço de anestesiologia, o HRSFG possui contrato com empresa
terceirizada para prestação do referido serviço com 01 (um) profissional
contratado para cumprimento de 20 plantões diurnos mensais sendo 12
horas cada plantão.
Foi
aberto Processo Seletivo para Contratação de Médico Anestesiologista em
Março/2020 para ampliar o quadro de anestesistas do HRSFG mas
infelizmente não tivemos nenhum inscrito.
Salientamos
que quando a equipe médica de plantão do HRSFG vê a necessidade de
realização de procedimento que demanda a presença de anestesista em
turno de trabalho no qual não temos esse profissional disponível, o
paciente é encaminhado para unidade de referência.
Toda equipe do HRSFG lamenta muito essa perda e se solidariza com os familiares nesse momento de dor."
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