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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR – Imagem: Divulgação O céu não é o limite para Gabriel Guenzani e Isadora Muller Gonçalves,
de 11 anos. Os dois são estudantes de uma escola de robótica em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, e ganharam um concurso de desenho da NASA.
O concurso "NASA Space Place Art Challenge" tem como objetivo
incentivar a inclusão de crianças na ciência. Nesta edição, a
instituição recebeu 1.250 desenhos de crianças de todo o mundo.
Os engenheiros do laboratório de propulsão a jato da NASA fizeram uma
votação e selecionaram oito ilustrações. Entre os desenhos escolhidos
estão as duas crianças de Colombo, as únicas brasileiras vencedoras. Os
desenhos selecionados
podem ser conferidos no site da Nasa.
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"Esse concurso é para manter as crianças engajadas, conversando sobre
robótica, pensando em novos motores, novos sensores, para fomentar a
ciência de maneira geral", explica Dias.
Expectativa e comemoração
O professor conta que os alunos ficaram sabendo do concurso no começo
do ano e, desde então, estavam entusiasmados. Segundo ele, Isadora fez o
desenho com meses de antecedência. Quando o concurso abriu as
inscrições, ela adaptou a ilustração ao tema da edição.
O resultado da vitória saiu foi divulgado no último dia 15 e foi
recebido com muita emoção pela família da estudante. Conforme o
professor, a família de Gabriel também ficou muito feliz com a notícia.
"A mãe do Gabriel chorou de emoção. A família ficou encantada e quer
contratar um outdoor para colocar o desenho dele", relatou Dias.
'Vislumbrar um futuro diferente'
O professor Ismael Dias é engenheiro eletrônico e idealizador da escola
de robótica. Ele conta que a instituição funciona como uma empresa, mas
tem um viés social muito forte por conta da experiência pessoal que ele
teve quando era criança.
"Nasci em uma 'quebrada' em Colombo e, com 13 anos, apareceu um projeto
social onde consegui uma bolsa de estudos em um colégio particular. Foi
aí eu vi que dava para estudar.
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Graças a essa bolsa, eu sempre tive na
minha cabeça que tinha que devolver essa oportunidade de alguma forma,
para conseguir fazer essa roda girar", contou.
Depois que concluiu a graduação em uma universidade pública, Dias
participou de um projeto social com crianças do litoral do Paraná, no
qual ensinava robótica. Em 2017, ele fundou a própria escola, que
atualmente conta com 20 estudantes com bolsas integrais, e outros com
bolsas parciais.
"Foi a forma que encontrei para conseguir que os alunos carentes
consigam participar e tenham uma oportunidade de vislumbrar um futuro
diferente", contou.
Inspiração
De acordo com o professor, o tema desta edição do concurso da Nasa foi
"explorador robótico espacial" e foi inspirado pelas sondas Voyager 1 e
2.
Lançadas pela Nasa em 1977, as sondas foram criadas com o objetivo de
estudar os planetas mais afastados da Terra, mas continuaram viajando
pelo espaço.
A Voyager 1 é o objeto mais distante da Terra já lançado pelo homem e
foi também o primeiro objeto feito pelo homem a deixar o sistema solar,
conforme a NASA.
Meninas na ciência
O professor conta que a vitória de Isadora representa um passo
importante para a escola. Segundo ele, a participação de meninas na
tecnologia é um desafio.
"A gente conseguiu apenas uma vez ter 50% de meninas na escola, e foi
uma campanha de ano todo. Ter uma menina vencedora é uma grande coisa, é
uma grande conquista", contou ao g1.
Em 2020, pesquisa do Open Box da Ciência mostrou que o Brasil tinha ao
menos 77,8 mil pesquisadores nas cinco maiores áreas de conhecimento que
declararam ter doutorado na Plataforma Lattes. Entre eles, 59,69% são
homens e 40,3% são mulheres.
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Nas engenharias, 74% dos pesquisadores são homens, enquanto 26% são
mulheres. Nas ciências exatas e da terra, 68,9% são do sexo masculino e
31,1% do feminino.
Dados de 2022 mostram que, no Paraná, as mulheres são maioria entre os
estudantes de pós-graduação que recebem bolsa da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, a Capes, fundação
vinculada ao Ministério da Educação. Do total de 5.780 bolsistas, 3.496
(60,5%) são mulheres.
No estado, a presença de mulheres ainda é maior do que no cenário
nacional. No Brasil, de 76.825 bolsas, 44.654 (58,1%) são para mulheres.
Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), os homens ainda são maioria
entre os professores de pós-graduação. Dos 2.098 docentes, 61% são
homens e 39%, mulheres. Mas entre os bolsistas o número de mulheres já
ultrapassa o de homens. Elas são 1.585 (51%) e eles somam 1.451 (48%).