By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RADIO NAJUA – Imagem: Divulgação
"Muito do que está acontecendo hoje infelizmente é por falta de liderança do Governo Federal, que insiste em dizer que isto tem que ser definido pelos municípios. Eu entendo que, de certa forma, ele tem razão, mas precisamos de uma coordenação nacional, pois temos que ter uma referência.
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Porém, fica difícil quando eu mando usar máscara mas não
uso, mando ficar em casa mas não fico. Eu, inclusive, tenho me limitado
muito de sair porque não posso pregar uma coisa e fazer outra. Esta é a
minha visão, estamos longe de dizer que tomamos uma decisão correta, a
gente não sabe. Não temos como adivinhar estas coisas. O que temos são
modelos matemáticos que fazem previsões, e todas elas têm margem de
erro."Leandre acredita que os prefeitos estão enfrentando dificuldades ao tomar decisões restritivas, sabendo das consequências que elas terão.
"Justamente por não termos uma coordenação nacional, estamos desorganizados. Virou um vai e vem que ninguém sabe onde vai dar e qual critério está sendo utilizado para isto. Eu tenho certeza absoluta que um prefeito, ao tomar uma decisão mais drástica, deve sofrer muito. Ele sabe que toda restrição feita no município tem consequências boas por um lado para a questão sanitária e péssimas para a questão econômica. O prefeito também tem a sensibilidade de saber que é menos imposto que está entrando e menos dinheiro que o município terá à disposição para reinvestir."
Por outro lado, a deputada analisa que a vida da população é mais importante que a economia
. Ela citou o exemplo de uma mulher iratiense de 56 anos que permanece internada no Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais, em Ponta Grossa. Por isso, ela defende a necessidade da adoção de medidas restritivas.
"Será que gostaríamos de ter isto em nossa família? Enquanto está na família dos outros, talvez achemos que não são necessárias certas medidas que a saúde está defendendo, mas quando está na nossa, as pessoas começam a mudar de ideia porque ela (Covid-19) chega perto de você.
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O Coronavírus, enquanto não tiver uma vacina, vamos ter que nos
acostumar com este vai e vem. Vai ter horas em que serão tomadas medidas
mais drásticas, depois, sem argumentos, terá que reabrir, daqui a pouco
os números sobem porque não temos referência. "Leandre afirma que, ao superar 70 mil mortos, a pandemia atingiu “números de guerra”. Nesta quinta-feira, 23, o Brasil já havia ultrapassado a marca de 83 mil mortes, chegando a 83.036 vítimas da Covid-19, segundo dados obtidos pelo consórcio de veículos de imprensa e publicados pelo portal G1.
"São números de guerra, de jogar bomba atômica, são assustadores e não sabemos onde isto pode chegar. Eu entendo que a sociedade tem que entrar em uma rota de convergência com a administração pública, seja ela municipal ou estadual, para que entrem em um consenso nas medidas. Não dá para ser radical nestas alturas porque a radicalização vai ser ruim para todo mundo. Eu sou muito a favor do diálogo, mas há momentos em que não tem o que fazer."
Como exemplo de medidas adotadas por governos estaduais e municipais, a deputada citou a decretação de lockdown em 7 regiões do Paraná, especialmente na macro oeste, que engloba os municípios de Pato Branco, Francisco Beltrão, Cascavel, Toledo, Foz do Iguaçu e imediações. O prazo de validade da medida terminou no último dia 14. Leandre conta que a região já não tem mais leitos disponíveis para pacientes com Covid-19 e que a medida chegou em boa hora.
"Aquela região é a que tem o menor número de leitos de UTI per capita. Qual é o recurso? Enviar os pacientes para concorrer com aqueles que precisam de leitos aqui? Mandar para Curitiba e criar mais problemas ainda para os municípios? Tem horas que a questão sanitária não suporta e normalmente tem que se tomar medidas antecipadas. Se um prefeito faz um fechamento de uma semana, é porque ele está pensando como estará daqui a duas semanas. Se ele não tomar medidas hoje, daqui a duas semanas tem um colapso. Feito isto, você ganha uma folga e vai ter que ser feito desta forma até surgir uma vacina"
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Sobre as reuniões virtuais da Câmara, Leandre comentou que a
adaptação ao trabalho em casa está sendo difícil. Porém, ela considera
que este período de pandemia está sendo mais produtivo, apesar de não
abrir mão da presença física no plenário."Está sendo mais difícil, mas por outro lado é até mais produtivo porque temos reuniões uma atrás da outra, não há o tempo de deslocamento, e mais: quando você está distante, trabalha à noite, sábado, domingo, toda hora é hora de trabalho. É um novo aprendizado, uma nova realidade. Temos que nos adaptar a estas coisas, e não tem como ser diferente. A Câmara está funcionando até melhor do que antes porque estamos tendo consensos que antes não conseguíamos no plenário. Temos alguns embates, mas eles são muito mais produtivos. Eu não abro mão de ter o plenário da Câmara porque, bem ou mal, o poder acaba concentrado nas mãos de poucos. É muito melhor termos mais prazo para decidir as coisas do que ficarmos na tutela de alguns. "
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