By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
A advogada Luciana Pires denunciou na quarta-feira (21) ao Ministério
Público do Amazonas o desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do
Amazonas Rafael de Araújo Romano, de 72 anos, por abuso sexual contra a
filha dela, neta dele, que atualmente tem 15 anos.
Os abusos, segundo a mãe, começaram quando a menina tinha 7 anos e
seguiram até os 14 anos. A defesa do desembargador diz que ele nega com
veemência as acusações.
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Rafael Romano atuou no Juizado da Infância e da Juventude no Amazonas e foi relator da operação Estocolmo, deflagrada em 2012 para combater o crime de exploração sexual de jovens no Amazonas, envolvendo políticos, entre eles o ex-prefeito de Coari Adail Pinheiro, e empresários.
A mãe da adolescente relatou à Rede Amazônica que soube da situação
pela própria filha no dia 8 de fevereiro. Ela relatou que visitava uma
amiga em um hospital quando a filha decidiu revelar a situação.
"Ela disse que tinha uma notícia muito grave para me contar. Ela disse
'meu avô está me molestando desde que eu era pequena'. Tomei um susto,
precisei respirar, fiquei completamente sem chão", disse a mãe.
A adolescente, segundo a mãe, relatou que os abusos começaram por volta
dos 7 anos. "Ela diz que toda vez que ela ia ao banheiro, que ele
ajudava na limpeza ou que ele ia dar banho nela, ele sempre ficava muito
tempo passando a mão nela", contou.
Na tarde quarta, a advogada publicou um texto nas redes sociais onde
expõe a denúncia e chama o ex-sogro de monstro horroroso e pedófilo.
"Não tem coisa pior que um pedófilo abusando da sua filha. E pior que
isso, um pedófilo que é avô dela, que vivia na minha casa, eu cozinhava
pra ele, eu deixava o meu quarto pra ele dormir na minha casa, enquanto
eu tava preparando o almoço ele abusava da minha filha no quarto",
relatou.
O advogado de Romano, José Carlos Cavalcanti Junior, disse à Rede Amazônica que o desembargador é inocente.
"Ele nega com veemência todos os fatos que estão sendo expostos nos
depoimentos que a neta prestou. Inclusive, a maior discussão do doutor
Rafael é que a linha de argumentação que está sendo apresentada pela
neta não condiz com o relacionamento que ele tinha com ela e que tem com
todos os outros netos. Sequer o fato de ela narrar cronologicamente
cada episódio é, para nós que militamos no direito, normal", disse.
O advogado relata ainda a preocupação do avô com a exposição da neta após a repercussão do caso.
"[Ele está] muito abalado em relação ao que aconteceu, como aconteceu,
mas disposto a, em família, combater essa violência. A família tem em
mente, sempre, preservar a menor. É interesse deles que ela saia
minimamente machucada dessa situação, o que já é impossível dado aos
atos da mãe, à exposição que a mãe deu a esses fatos. Ela poderia ter
feito a denúncia preservando a filha. [Mas] tornou pública a filha, e
isso vai ser explorado, infelizmente. A família teme, exatamente, esse
tipo de ação", disse o advogado.
A mãe diz que não está expondo a filha, mas o suposto abusador.
"Ela hoje é justiceira, porque ela está pedindo justiça não só pra ela,
mas pra todas as meninas que passam por isso e ficam caladas, sofrendo
caladas", disse a mãe.
De acordo com o Ministério Público, mãe e filha foram ouvidas na
quarta-feira na Procuradoria-Geral de Justiça. O órgão informou que deve
convocar uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (22) para falar do
assunto.
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