sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Beto Richa determina afastamento de diretor-geral do DER-PR preso pela Lava Jato



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RPC Imagem: Divulgação

O governador Beto Richa (PSDB) determinou o afastamento do diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem no Paraná (DER-PR), Nelson Leal Junior, que foi preso na manhã desta quarta-feira (22), na 48ª fase da Operação Lava Jato.
A atual fase, batizada de Integração, apura corrupção, fraude a licitações e lavagem de dinheiro na gestão das concessões rodoviárias federais do Paraná. Conforme o Ministério Público Federal (MPF), a investigação mostra "reais causas" de alto preço do pedágio no estado. 
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As perícias técnicas realizadas pelo MPF também apontaram superfaturamento nos valores das obras das concessionárias.
Nelson Leal Junior ocupava o cargo desde 2013 e tinha sido nomeado pelo irmão do governador Beto Richa, José Richa Filho. No pedido de prisão, o MPF argumentou que ele vinha usando o cargo para editar atos em favor das concessionárias.
O diretor-geral participava do grupo de trabalho nomeado pelo governador para estudar a renovação dos atuais contratos de concessão.
Carlos Felisberto Nasser, que é funcionário com cargo em comissão da Casa Civil, também foi afastado das funções por determinação do governador. Conforme o MPF, Nasser recebeu quase R$ 3 milhões de duas empresas ligadas do Grupo Triunfo, do qual faz parte a Econorte.
Além de Leal, cinco pessoas também foram presas e 55 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em quatro estados durante a operação. Os alvos principais, ainda conforme os procuradores do MPF, são servidores públicos e empresas.
Conforme o MPF, a investigação mostra "reais causas" de alto preço do pedágio no Paraná.
Nelson Leal negou todas as acusações em depoimento ao procurador do Ministério Público Federal Diogo Castor de Mattos.
Despesas em espécie
Segundo as investigações, Nelson Leal comprou um apartamento de luxo em Balneário Camboriú (SC) por R$ 2,5 milhões sem declarar à Receita Federal.
Além disso, cerca de R$ 500 mil do valor total foram pagos em espécie ou, conforme dito pelo MPF, com recursos que não tiveram a origem identificada. 
Durante o depoimento, Nelson disse que não costuma pagar despesas pessoais em espécie.
Ainda conforme o MPF, o diretor do DER também teria alugado uma embarcação de sessenta pés para o verão de 2017 que custou de R$ 16 mil para utilizar em dois dias. Os valores foram depositados em espécie na conta do titular da empresa, ainda de acordo com os procuradores.
Os gastos de combustível e marinheiro, que giravam em torno de R$ 4 mil, também eram pagos em espécie por Nelson Leal.
O outro lado
Em nota, o DER disse que defende a rigorosa apuração dos fatos e que seus representantes estão à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos necessários.
Em depoimento à Polícia Federal, Carlos Nasser confirmou ser assessor da Casa Civil, do governo estadual. Disse ainda que todo dinheiro que recebe é de origem do seu trabalho como servidor, onde recebe cerca de R$ 7 mil por mês. Nasser afirmou também que a empresa Power Marketing não chegou a ter sede e que foi uma tentativa de participação comercial que não funcionou. Nasser disse também que não conhece Nelson Leal, Oscar Gayer e Gilson Beckert.
A defesa de Nelson Leal Júnior afirmou que está avaliando os documentos da investigações e só depois vai se manifestar.
O que disse o governador Beto Richa
Diante da deflagração da 48ª fase da Lava Jato, o governador Beto Richa informou que determinou a instauração de processo de investigação para o esclarecimento de eventuais irregularidades apontadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. Assista aqui vídeo.
A investigação será conduzida pela Controladoria Geral do Estado. 

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