By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
A Polícia Civil pediu a prisão temporária por 30 dias do suspeito de
matar o menino Arthur Silva, de 5 anos, durante uma festa de Ano Novo na
Zona Sul da cidade. Ele teria efetuado disparos para o alto na noite de
réveillon.
O homem está detido na carceragem do 89º DP, no Portal do Morumbi. Caso
a Justiça aceite o pedido de prisão solicitado pela polícia, ele deve
ser transferido para o 77º DP, na Santa Cecília. A decisão pode sair a
qualquer momento. Ele chegou a ser preso no dia 1º de janeiro por porte
ilegal de arma, mas foi liberado.
O suspeito foi preso na noite desta terça-feira (2).
A polícia chegou até ele após uma investigação em andamento. Um homem
que estava com o telefone interceptado teria comentado em uma conversa
que um conhecido estava desesperado porque tinha matado uma criança sem
querer.
De acordo com a polícia, o atirador passava pela rua onde estava o
menino na noite da Virada e para festejar atirou para cima. Ele nega que
passou pela região, mas confessou que atirou para o alto com um revólver calibre 38.
“Vou encaminhar ao instituto de criminalística a arma que foi pega com o
suspeito na data da noite de réveillon junto com o projetil. Então esse
exame de confronto balístico ele vai me dizer com certeza se esse
projétil saiu da arma do suspeito”, afirmou o delegado Antônio Sucupira
Neto.
Segundo a polícia, o suspeito efetuou três ou quatro disparos para o
alto e um dos tiros atingiu a criança na cabeça. O exame preliminar
feito pelo Instituto Médico Legal (IML) indica que a bala atingiu a
parte de cima da cabeça de Arthur e se alojou na nuca.
O corpo do menino foi enterrado na tarde desta terça-feira (2), no Cemitério Parque do Jaraguá, na Zona Oeste da cidade.
Histórico
Arthur Aparecido Bencid Silva, de 5 anos, brincava no quintal quando
foi atingido por um tiro na madrugada de segunda-feira (1º). A vítima
fazia bolinhas de sabão com outras crianças quando caiu no chão.
Familiares notaram que ela tinha um sangramento na nuca.
À reportagem da TV Globo, um primo do menino disse que o garoto foi
levado pelos familiares para o Hospital Family, que é particular, onde
foi constatado, após a realização de exames, que o ferimento teria sido
provocado por um tiro. Como o centro médico não tinha UTI, o garoto
precisou ser transferido.
Ainda de acordo com os familiares, o menino só conseguiu ser internado
mais de cinco horas após sofrer o ferimento. O primo do garoto afirmou
que eles tentaram vaga em cerca de dez hospitais - públicos e
particulares.
O garoto acabou sendo internado no Hospital Geral de Pirajussara, do
governo do estado, um dos que inicialmente, de acordo com os parentes,
negou ter vaga. "Só conseguimos internar o Arthur porque meu pai e meus
primos foram até o hospital Pirajussara. Chegaram lá e falaram com a
pessoa responsável pela internação. Ela assustou, disse que é grave. Ou
remove ou ele morre, é grave, então remove", completou.
Quando conseguiram a vaga, tiveram dificuldade de encontrar uma
ambulância para a transferência. Ele só deu entrada no Hospital
Pirajussara às 7h.
''Aí precisava de uma ambulância com médico. Aí, foi outra correria, a
gente pediu pelo amor de Deus para o médico daqui acompanhar ele na
ambulância. A gente ia pagar a ambulância, mas não tinha médico. Nem
pagando não tinha médico", disse.
Mesmo assim, o menino faleceu no final da tarde de segunda. “A pessoa
que fez isso acabou atingindo meu sobrinho e acabou com a nossa família.
Vocês acabaram com uma família”, disse Rosana.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, não há registro de chamado do Samu para o endereço da família.
Procurado pela reportagem, o Hospital Family informou que acionou uma
ambulância do Samu, mas o veículo não tinha UTI –o que era necessário
por causa do grave estado de saúde do menino. Depois, o centro médico
chamou outra ambulância, que tinha UTI, mas estava sem médico. Uma
profissional do próprio hospital se prontificou a acompanhar o garoto no
veículo até o Pirajussara.
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