A técnóloga Flavia de Souza fazia e refazia as contas, mas o orçamento sempre ficava apertado no final do mês. Com um salário de mil e oitocentos mensais, ela tinha dificuldade para pagar a faculdade, que custava 700 reais. A jovem de 24 anos recorreu então ao financiamento do governo para ajudar a pagar os estudos, mas mesmo assim não sobrava dinheiro, falou Flavia. Muito pesado, inclusive eu ainda devo algumas parcelas por isso. Uma proposta que está em análise no Senado pode aliviar esse problema. Ela prevê que os trabalhadores que ganham até 5 salários mínimos podem sacar o FGTS para pagar a universidade ou algum curso técnico. De acordo com o projeto, para que o saque seja autorizado, a instituição de ensino deve ser credenciada pelo Ministério da Educação. O projeto autoriza um saque por ano e também permite o uso do FGTS para mensalidades vencidas. O autor da proposta, senador Aloysio Nunes, do PSDB de São Paulo, conta que a idéia foi sugerida durante sua campanha eleitoral em 2010 pelo funcionário de uma drogaria que queria fazer graduação em Farmácia, mas nunca levou o plano adiante devido ao alto custo da mensalidade. Para o senador, o FGTS deve ser uma alternativa de investimento pessoal. Claro que haverá limites estabelecidos pelo Conselho Curador do FGTS. Mas se hoje o trabalhador pode resgatar o seu fundo para comprar ações da Vale do Rio Doce, da Petrobrás, por que ele não pode resgatar o fundo e invés de investir em ações, em empresas, investir nele mesmo? A proposta permite ainda que o uso do FGTS para o pagamento de dívidas quando o trabalhador estiver inadimplente e com o nome inscrito nos serviços de proteção ao crédito. Para a liberação do dinheiro, o trabalhador tem de comprovar que o FGTS será utilizado exclusivamente para pagar a dívida. O projeto está na comissão de Assuntos Sociais e se for aprovado, segue direto para a Câmara dos Deputados..
Texto: RadioSenado – foto: Divulgação
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