By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
A luta da pequena Yasmim Marques Brito, de apenas 7 anos, por um doador de medula 100% compatível acabou.
A menina de Cubatão (SP) tem leucemia mielóide aguda (LMA) - uma doença
rara e que geralmente acomete pessoas com mais de 55 anos. A irmãzinha
dela, Ana Lívia, de apenas 1 ano, é 100% compatível e poderá ser a
doadora que Yasmin tanto buscava.
Em entrevista ao G1,
a mãe Daniela Cristina Marques de Araujo Brito informou que a filha
tinha apenas três meses para conseguir encontrar um doador compatível já
que, de acordo com os médicos, ela não poderia passar por muitos ciclos
de quimioterapia.
“Isso pode ser muito prejudicial à saúde dela conforme a médica me
falou. Essas doses são bem intensas, 10 vezes mais intensas do que ela
tomou anteriormente. Quanto mais doses de quimioterapia ela tomar, mais
perigoso é para ela", conta a mãe.
A descoberta do doador aconteceu na noite de terça-feira (21), quando a
médica responsável pelo tratamento de Yasmim entrou em contato com a
mãe. “Ela falou que haviam encontrado.
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Estávamos achando que seria eu ou
o pai porque os médicos disseram que a chance era de 50% para nós e 25%
para a irmã. Foi coisa de Deus, elas são idênticas geneticamente.
Quando ela deu a notícia, foi uma alegria danada”, revela a mãe
emocionada.
Agora, a menina faz parte dos 30% dos pacientes com indicação de
transplante de medula que têm um doador totalmente compatível, conforme
informado pela oncologista pediátrica do Grupo de Apoio ao Adolescente e
à Criança com Câncer (Graacc), Ana Virgínia.
Após a notícia, a primeira reação da mãe foi chorar e abraçar as
enfermeiras que cuidam da garota, que permanece internada no Hospital do
Graacc, em São Paulo. No fundo, a mãe diz que sabia que a mais nova
teria vindo ao mundo para fazer a diferença na vida da irmã.
“Foi uma gravidez inesperada e eu tive complicações no final que quase
me fizeram perdê-la. Mas, no fim deu tudo certo. Na época em que a
Yasmim descobriu a leucemia, a Ana tinha pouco mais de um mês. Dentro do
meu coração eu tinha certeza que seria ela, até cheguei a comentar isso
com a doutora”.
Ainda não há previsão para o transplante de medula. Na próxima semana,
Yasmin deve receber alta médica e ir para a casa. Logo depois, será
encaminhada para um especialista no procedimento, que iniciará o
processo pré-transplante.
Para a mãe, o tratamento já deu certo. “Ela está reagindo muito bem a
todos os procedimentos feitos até agora. A vontade dela de vencer vai
além. Deus é maravilhoso. Ela tinha três meses para achar o doador e, em
menos de um, achamos um dentro de casa. A neném veio na hora certa”,
finaliza.
Descoberta da doença
Yasmim recebeu o diagnóstico no dia 15 de março de 2019, após a menina
apresentar manchas na esclera, a membrana branca do olho. Com a
descoberta, ela deu início ao tratamento e, após cinco sessões de
quimioterapia, em agosto, a medula de Yasmim entrou em remissão, ou
seja, quando não há mais sinais de atividade da doença no sangue.
O acompanhamento médico continuou mensalmente para saber se a leucemia
realmente havia ido embora. Em dezembro, os exames estavam sem
alterações e sem sinais de células cancerígenas. Pouco depois, a garota
começou a reclamar de dor nas pernas.
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“Apesar disso, ela não parava, brincava o dia todo. Resolvi comentar
com a médica e a equipe passou a investigar. No dia 6 de janeiro, quando
voltamos para a consulta de rotina, a médica me deu a notícia de que a
doença havia voltado”, informa Daniela.
Leucemia Mieloide Aguda
Conforme explica Victor Gottardello Zecchin, diretor clínico e
coordenador do Centro de Transplantes de Medula Óssea do Hospital do
Graacc, a leucemia é o ‘câncer do sangue’. As células sanguíneas são
produzidas pela medula óssea, que é um órgão líquido localizado no
interior dos ossos.
“O tempo todo nosso organismo produz células com defeitos, que passam
por vários processos de ‘checagem’ antes de serem liberadas para a
circulação. Se é detectado algum erro na célula, nosso organismo a
destrói. Eventualmente, alguma destas células defeituosas escapa destes
processos e começa a gerar outras células iguais a ela, todas com
defeito, o que dá origem ao câncer”, esclarece.
O médico informa que a necessidade de transplante de medula ocorre em
casos de alto risco ou então quando a doença é tratada e volta a
aparecer. Ainda de acordo com ele, o resultado do transplante depende de
uma série de fatores, porém, ainda hoje os melhores resultados são
obtidos com um doador familiar (em geral, o irmão ou irmã) totalmente
compatível.
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