By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, atendeu nesta terça-feira (28) ao pedido do governo federal e liberou a divulgação dos resultados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e os próximos passos do processo seletivo com base no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019.
Na sexta-feira (24), a Justiça Federal em São Paulo havia determinado
que o processo deveria ser suspenso assim que se encerrassem as
inscrições para concorrer a vagas em universidades públicas – o prazo
terminou na noite deste domingo (26).
Na prática, isso fez com que o resultado do Sisu não fosse divulgado na
manhã desta terça-feira (28), como previsto inicialmente. Na decisão,
Noronha diz que o adiamento desses prazos pode prejudicar todo o ano
letivo nas universidades públicas.
Além disso, com a decisão da Justiça de São Paulo o governo havia suspendido o início das inscrições para o Programa Universidade para Todos (Prouni), que concede bolsas parciais e integrais em universidades privadas.
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Isso porque o cronograma prevê que o Prouni começa logo após a
divulgação dos dados do Sisu, justamente para evitar que candidatos com
vaga nas instituições públicas tentem bolsas nas privadas.
Com a decisão de Noronha, o governo poderá divulgar o resultado do Sisu
e definir novas datas para o Prouni. Até a última atualização desta
reportagem, o Ministério da Educação ainda não tinha informado novos
cronogramas para esses processos seletivos.
Erro na nota do Enem
A disputa judicial começou depois que o ministro da Educação, Abraham Weintraub,
e o presidente do Inep, Alexandre Lopes, admitiram que houve
"inconsistência" na correção dos gabaritos das provas aplicadas em 3 e
10 de novembro do ano passado.
Lopes disse que o erro ocorreu na gráfica onde foi impresso o caderno
de questões do candidato, que é identificado com um código de barras do
aluno. Depois, imprime-me o cartão de respostas (gabarito), que também
tem um código. Outra máquina une estes dois documentos. O erro ocorreu
nesta união e na geração do código de barras.
O resultado foi que candidatos que fizeram a prova de uma cor tiveram o
gabarito corrigido como se fosse de outra cor. Com a associação de
respostas erradas, houve candidato que perdeu até 454 pontos na
correção, comparando com o resultado de 2018.
Depois que a Justiça Federal suspendeu o processo e ordenou que o
governo comprovasse que resolveu o problema, a Advocacia Geral da União
(AGU) recorreu, mas teve o pedido negado na noite deste domingo (26).
Para a presidente do TRF-3, os entendimentos da Justiça Federal de São
Paulo "nada mais fizeram do que proteger o direito individual dos
candidatos do Enem a obterem, da administração pública, um
posicionamento seguro e transparente a respeito da prova que fizeram".
A desembargadora Therezinha Cazerta afirmou ainda que a situação
provocou uma "crise" de "confiabilidade" em relação ao Enem. E que o
governo não pode se recusar a dar uma "satisfação transparente".
Diante da decisão, a AGU recorreu ao STJ nesta segunda-feira (27).
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