terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Presos do Paraná postam vídeo reclamando de superlotação e revelam plano de fuga


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BANDA B Imagem: Divulgação

Presos da cadeia pública de Cambé, no norte do Paraná, divulgaram um vídeo no Youtube nesta segunda-feira (27) reclamando das condições e da superlotação do espaço. Eles ainda filmaram um buraco cavado na chão da cela revelando um plano de fugir pelo túnel.
O narrador do vídeo afirma que a cela, projetada para 32 pessoas, está com 180 e que vários dos detentos já estão condenados e há anos deveriam ter sido transferidos para penitenciárias.
Ele também mostra a sujeira acumulada no espaço e diz que os presos sofrem com doenças como sarna e tuberculose. Depois, ele filma o túnel e afirma que foi cavado pelos detentos por “desespero”.
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“A gente é obrigado a cavar que nem bicho com a mão, com o que tiver, pra ver se a gente escapa, de tão desesperador que é nossa condição. (…) Isso aqui não é bagunça nossa, nada disso, isso aqui é sobrevivência, não tem como a gente ficar uma unidade só vegetando dia a dia, não dá nem pra andar, igual bicho”, diz.
Ao final da narração, o preso pede que as autoridades tomem medidas para transferir os detentos para penitenciárias. “Onde a gente pode ter uma chance de ressocializar de fazer valer um direito nosso”, declara.
O delegado da Polícia Civil de Cambé, Roberto Fernandes de Lima, afirmou que o plano de fuga já havia sido descoberto na sexta-feira (24) e que desde então a segurança do entorno da cadeia foi reforçada.
O vídeo, segundo ele, foi gravado quando os presos já sabiam que o plano havia sido desvendado.
Já na segunda-feira, o buraco foi preenchido com concreto e, nesta terça-feira (28), estão sendo feitas revistas no espaço. Agora a polícia investiga quem gravou as imagens.
Sobre as reclamações dos detentos, o delegado afirma que a única que procede é a de superlotação. A cadeia, com capacidade para 54 pessoas, abriga atualmente 208, sendo que 123 já foram condenados. Na ala onde houve a filmagem, onde cabem 32 pessoas, há 156.
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O delegado pontuou que os presos têm acesso a consultas médicas e a visitas de familiares semanalmente. Sobre o pedido de ressocialização, ele afirmou que os detentos “não estão interessados” e que prova disso é o uso de celulares na cadeia, o que não é permitido.
“Eles não são vítimas de nada, a sociedade que é vítima do marginal”, disse.
Lima afirmou ainda que há uma perspectiva de transferência de ao menos 60 condenados para penitenciárias nos próximos dias. “A Polícia Civil jamais vai deixar de investigar um crime e prender porque há superlotação na cadeia”, afirmou.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná ainda não retornou o contato da reportagem.
Assista AQUI o vídeo.
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