By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
Um menino de 5 anos que foi vítima do ataque à Creche Gente Inocente, em Janaúba (MG),
morreu na madrugada desta segunda-feira (9) no Hospital de Pronto
Socorro João XXIII, em Belo Horizonte. Com a morte de Matheus Felipe
Rocha dos Santos sobe para 11 o número de mortos no incêndio – nove
crianças e dois adultos.
Na semana passada, Damião Soares dos Santos, de 50 anos, entrou na
creche, colocou fogo nele, em crianças e funcionários do local, onde
trabalhava como vigia. Ele morreu horas depois.
O corpo de Matheus foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) na Região Oeste da cidade.
Três crianças permanecem internadas na pediatria do Hospital Odilon
Behrens desde a manhã deste domingo (8). Os pacientes estão estáveis e
não correm risco de vida.
No Hospital João XXIII estão internadas oito pessoas, sendo seis
crianças – duas em estado grave e quatro estáveis – e mais dois adultos,
em estado grave. No Hospital Infantil João Paulo II estão duas crianças
estáveis.
Segundo informações da Polícia Militar (PM) e do Corpo de Bombeiros, no
horário o crime havia 75 crianças e 17 funcionários na creche.
Mais de 40 pessoas foram socorridas para hospitais. Até domingo (8), 23
tinham sido liberadas e 23 permaneciam internadas. Dessas, 9 na Santa
Casa de Montes Claros, 14 em Belo Horizonte e 1 no Hospital
Universitário.
Emoção
Muito abalada, a mãe de Matheus, Valdirene Santos, deu uma entrevista
ao Fantástico neste domingo (8). "O Matheus está entubado desde o dia do
acontecimento. Nunca mais eu vi ele com o olhinho aberto. Nunca mais eu
conversei com ele. Então assim... ele vai continuar porque ele está
muito queimado. Os médicos falaram que vão deixar ele sedado porque ele
não ia resistir à dor se retirasse ele dos sedativos. Eu só sei que eu
levei o meu filho perfeito pra creche e hoje estou com ele aqui [no
Hospital João XXIII] nesse estado", disse Valdirene.
Momentos de pânico
A diretora da Creche Gente Inocente, Aline Cristina Mendes Santos,
contou como foram os momentos de pânico quando Damião chegou ao local e
colocou fogo nele e nas crianças.
"A escola em si não resume em aluno, né? Ela era a comunidade de uma
forma geral. Ele bateu no portão e perguntou se eu estava lá. Aí eu
falei: 'Oi, seu Damião. O senhor melhorou?'. Ele estava pálido. Aí
dentro [da sala de aula] ele foi tirando a tampa, muito rápido, tirando o
fósforo do bolso pra pôr fogo. Eu saí correndo pra dentro do banheiro
com algumas crianças que conseguiram correr. Eu pedia socorro e ninguém
me ouvia... Então eu peguei na mão das crianças e eu falei pra eles:
'Nós vamos correr porque ninguém vai nos ouvir'. Quando você vê uma
turma de 15 pessoas, de 15 crianças... cheias de vida e que já se foram e
não sei como vai ser o recomeço. As pessoas estão sendo muito
solidárias, estão nos abraçando...", relembrou, emocionada.
Professora homenageada
Uma das vítimas da tragédia é a professora Heley Batista, de 43 anos.
Segundo a polícia, ela morreu após salvar diversas crianças e de entrar
em luta com Damião para impedir que mais pessoas fossem atingidas pelas
chama. Neste domingo, o presidente Michel Temer concedeu à professora a
Ordem Nacional do Mérito.
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