By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: TERRA – Imagem: J. Duran Machfee (Futura Press)
"Hoje é mais uma mobilização popular pelo Fora Temer exigindo Diretas
Já, eleições para presidente do país, e defendendo nossos direitos",
disse Guilherme Boulos, um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores
Sem Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo, em entrevista à
Agência Brasil
. "Queremos reafirmar também nosso direito à manifestação. É
escandaloso o que foi feito pela Polícia Militar e pela Secretaria de
Segurança, não só aqui (em São Paulo), nas manifestações dessa última
semana".
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A concentração foi marcada para a frente do Museu de Arte de São Paulo
(Masp), onde os manifestantes estão, neste momento. A ideia dos
organizadores é seguir em caminhada até o Largo da Batata, passando pela
Avenida Rebouças. Apesar de, neste momento, o ato ocorrer de forma
pacífica, houve momento de tensão, quando uma fila de policiais
militares começou a chegar ao local, acompanhada de vaias e gritos de
frases como "Queremos o Fim da Polícia Militar e Fascistas". Um dos
manifestantes arremessou uma garrafa em direção aos policiais e um dos
policiais ameaçou responder, mas isso não aconteceu. Do caminhão de som,
os organizadores pediram calma aos manifestantes, pedindo que não
respondessem a provocações.
Em São Paulo, a semana foi marcada por protestos contra o impeachment
de Dilma Rousseff e por pedidos de Fora Temer. Houve protestos de
segunda a sexta-feira e, em todos, houve repressão da Polícia Militar e
violência. Em um deles, uma manifestante apresentou ferimentos no olho e
corre o risco de perder a visão. Nos últimos protestos, foi constatada a
presença de black blocs, com depredações de bancos e de lojas.
"Não esperamos confronto nenhum [hoje]. Nosso confronto é com o governo
golpista. Mas nosso objetivo aqui não é ter enfrentamento na rua. Nosso
objetivo é fazer com que a manifestação aconteça e dê o seu recado para
o Brasil todo do que nós queremos", disse Boulos.
Para Vagner Freitas, presidente nacional da Central Única dos
Trabalhadores (CUT) e um dos líderes da Frente Brasil Popular, o ato de
hoje na Avenida Paulista é fechado em três temas: "É o Fora Temer e esse
desgoverno ilegítimo; nenhum direito a menos, porque o que se apresenta
é a retirada de direitos dos trabalhadores e sociais e da democracia; e
o povo quer lutar. Consideramos esse governo ilegítimo e seria
importante, para voltar a normalidade democrática, que a população
pudesse ser atendida em uma votação direta para legitimar o governo",
disse.
Freitas disse não esperar por confrontos no protesto de hoje. "Da nossa
parte, não. Mas não tenho dúvida nenhuma de que a imprensa deve
denunciar ao mundo a escalada de violência que vive o Brasil. É
lamentável que uma menina perca a visão, não sei se perdeu, espero que
não, mas essa possibilidade dela perder a visão, e a polícia não fazer
nada e o secretário não dar uma reclamação sobre isso."
Segundo o presidente da CUT, os manifestantes decidiram fazer uma
caminhada - e não ficar parados na Avenida Paulista, para indicar que
"estão em movimento". "Movimento é movimento. Queremos demonstrar que
estamos em luta e na rua e não vamos ficar parados".
A Agência Brasil procurou o Palácio do Planalto para saber se o
presidente iria se manifestar sobre os protestos de hoje no país, mas a
resposta foi de que não haveria declarações sobre o assunto.
A Polícia Militar não divulgou o número de manifestantes até este momento.
Polêmica
O protesto deste domingo começou com uma polêmica. Na última
quinta-feira (1), após uma sequência de protestos violentos diários na
cidade de São Paulo [em todos eles, com forte repressão policial e, nos
dois últimos, com a presença também de black blocs, a Secretaria de
Segurança Pública de São Paulo disse que o protesto de domingo, marcado
para a Avenida Paulista, estaria proibido. O protesto havia sido
convocado pela internet pelos movimentos Frente Brasil Popular e Frente
Povo Sem Medo, para o horário das 14h, em frente à sede da Fiesp. Mais
de 20 mil pessoas confirmaram presença ao ato nas redes sociais.
Uma das razões para a proibição do protesto foi a de que este poderia
prejudicar a passagem da Tocha Paralímpica, no mesmo local, segundo a
Secretaria de Segurança Pública. Outro motivo foi o fato de que os
organizadores não tinham avisado o órgão sobre o ato. Em nota, a
secretaria ressaltou que, conforme determina a Constituição, é
obrigatória a comunicação de hora, local e trajeto em que se realizarão
os atos públicos.
"Para que sejam preservados os direitos das pessoas que não participam
das manifestações e garantida a ordem pública, será evitado o fechamento
das vias importantes da cidade. A SSP informa ainda que até o momento
não recebeu qualquer comunicado oficial de movimentos organizados dando
ciência da realização de manifestações públicas nos próximos dias", diz a
nota nota.
Na sexta-feira (2), a secretaria divulgou nova nota, informando que, em
reunião com organizadores e o prefeito Fernando Haddad, o protesto
seria liberado, sob a condição de ser adiado para mais tarde, às 16h30,
para prejudicar a passagem da Tocha Paralímpica, entre as 13h20 e 14h10.
"A Secretaria de Segurança Pública, após entendimentos com a Prefeitura
de São Paulo e os organizadores da manifestação convocada para este
domingo (4), informa que será permitida a concentração de manifestantes
na Avenida Paulista a partir 16h30. A SSP esclarece que, no horário
acordado, o evento de passagem da tocha paralímpica, cerimônia oficial
da Rio 2016, já terá sido encerrado", dizia a nota da secretaria enviada
à imprensa na sexta-feira (2).
"Em primeiro lugar, não entendemos que caiba à Secretaria de Segurança
ou à Polícia "permitir" ou não uma manifestação popular. A Constituição
nos assegura este direito. De toda forma, não é de nosso interesse
prejudicar a passagem da tocha. Por essa razão, buscamos a informação
exata do horário de passagem da tocha na Avenida Paulista, que será das
13:00 as 14:10", escreveu o MTST, que compõe a Frente Povo Sem Medo, em
nota enviada à imprensa na última sexta-feira.
"Não pretendemos qualquer conflito e esperamos que a PM tenha o
equilíbrio necessário para lidar com o evento, garantindo a liberdade de
manifestação. Reiteramos que não iremos impedir nem prejudicar a
passagem da tocha paraolimpica. Ainda buscando uma solução que não seja o
enfrentamento com a PM estamos alterando a concentração para a frente
do Masp", acrescentou o movimento.
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