By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: YAHOO – Imagem: Divulgação
O ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, preso temporariamente hoje
(26) na 35ª fase na Operação Lava Jato, chegou às 9h à Superintendência
da Polícia Federal, na capital paulista. Ele foi preso em casa, na
região dos Jardins, zona oeste da capital. Buscas também foram cumpridas
em seu escritório.
Ex-assessores
de Palocci foram presos temporariamente na operação. Branislav Kontic
foi levado para a superintendência na capital e Juscelino Dourado, preso
em Campinas, está a caminho de São Paulo.
Os
três seguem, ao meio-dia, em comboio para o aeroporto de Congonhas, de
onde partem para Curitiba. Além das prisões, a polícia cumpre mandados
de condução coercitiva para cinco pessoas, cujos nomes não foram
divulgados. Duas delas já estão na superintendência e duas não terão a
condução cumprida, uma por motivo de viagem e outra por doença.
O
advogado de Palocci, José Roberto Batochio, criticou a prisão de seu
cliente, dizendo que tudo ocorreu de maneira secreta, ao estilo ditadura
militar. “Estamos voltando aos tempos do autoritarismo, da
arbitrariedade. Não há necessidade de prender uma pessoa que tem
domicílio certo, que foi duas vezes ministro, que pode dar todas as
informações quando for intimado. É por causa do espetáculo?”, disse.
Batochio
disse ainda que causou indignação o nome dado à operação, Omertá, que
significa lei do silêncio no código de honra usado pela máfia italiana.
“Só porque ele tem um nome descendente de italiano, como eu tenho
também, além de ser absolutamente preconceituoso com os descendentes de
italianos. Essa designação é perigosa”, disse.
A
suspeita da operação é de que Palocci teria ligação com o comando da
empreiteira Odebrecht, uma das principais do país. A operação investiga
se o ex-ministro e outros envolvidos receberam dinheiro para beneficiar a
empreiteira em contratos com o governo.
Segundo
a PF, as negociações envolviam a Medida Provisória 460, de 2009, que
tratava de crédito-prêmio do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI), além do aumento da linha de crédito da Odebrecht no Banco de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para um país africano, e a
interferência em licitação da Petrobras para a aquisição de 21
navios-sonda destinados à exploração da camada pré-sal.
O
advogado negou as acusações. “Isso é uma coisa absolutamente vaga,
vazia. Para quem quer pretexto, isso é pretexto, mas o fato é que o
ministro da Fazenda tem que ter uma interlocução com o setor
empresarial, com a cadeia produtiva do Brasil, para que se estabeleçam
as políticas públicas. Se um ministro conversa com alguém da iniciativa
privada, já é suspeito de praticar crime?”, perguntou Batochio. MATÉRIA RELACIONADA:
PF prende ex-ministro Palocci na 35ª fase da Lava Jato.
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