By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: VIVA BEM – Imagem: Divulgação
O músico Alessandro Ribeiro Inácio, de 42 anos, descobriu que havia ficado infértil após contrair covid-19. Ele e sua esposa, Gisélia, de 39, tentavam engravidar quando acabaram contaminados pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), e seu quadro evoluiu de forma grave em poucos dias.
Internado, Alessandro sofreu um derrame
pleural, uma trombose pulmonar e lutou para se livrar de duas bactérias
invasoras, contraídas no hospital. Depois de recuperado, no entanto,
passou por alguns testes e ficou sabendo que havia ficado estéril por
causa da doença.
Segundo explicou ao UOL* Condesmar Marcondes, médico
ginecologista especialista em reprodução humana que acompanha o casal, a
contagem de espermatozoides de Alessandro estava próxima de zero.
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"Ele
teve derrame pleural e trombose pulmonar quando estava na UTI. O sistema
vascular dos testículos é muito delicado. Por isso, a doença acabou
provocando 'minitrombos', que reduziram a capacidade de produção de
espermatozoides do músico", afirmou o médico.
Qual a relação?
O caso de Alessandro não é isolado. Médicos e pesquisadores já
estudam o efeito que o novo coronavírus têm na fertilidade humana ha
algum tempo e notaram que o vírus pode, de fato, influenciar na
qualidade do esperma.
No início de 2021, por exemplo, uma pesquisa
desenvolvida na FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo) mostrou que o vírus pode afetar o sistema reprodutor masculino.
Os resultados mostraram que, de 26 pacientes com casos leves e moderados
da doença, que não se queixavam de dores escrotais, 42,3% apresentaram
epididimite, uma inflamação que acomete o epidídimo, um canal localizado
na parte posterior dos testículos e por onde os espermatozoides passam
para adquirir uma série de funções bioquímicas que visam a fertilizar o
óvulo. Se eles não forem capazes de passar por ali, então a fertilidade
está comprometida.
Em outro estudo,
também feito no Brasil, pesquisadores observaram que o Sars-CoV-2
invade todos os tipos de células testiculares, causando lesões que podem
prejudicar a função hormonal e a fertilidade masculina.
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Como ainda são necessários mais estudos para entender melhor a
dinâmica que leva ao problema, os especialistas ainda não sabem ao certo
se as lesões nos testículos podem ser revertidas e quanto tempo isso
levaria para acontecer.
No caso do músico, o médico responsável iniciou um tratamento com
vitaminas à base de zinco, combinadas a antioxidantes potentes, para
auxiliar no aumento da produção. A ideia é conseguir pelo menos alguns
espermatozoides em boas condições para tentar fazer a fertilização in
vitro.
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