quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

É preciso “arejar, botar em perigo a política tradicional”, diz FHC sobre nomes como Huck



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RÁDIO JOVEM PAN Imagem: Divulgação

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso fez uma análise do atual cenário político brasileiro. Para ele, ainda não existe um nome “novo” na política brasileira, que consiga chamar a sociedade em torno de uma mudança socioeconômica.
O “novo” fazia referência a nomes como o do apresentador da TV Globo, Luciano Huck. “Gosto dele, sou amigo dele e da família dele. Acho que para o Brasil seria bom, mas não sei o que ele vai fazer”, disse FHC.
“Seria bom ter mais opções, não quer dizer que estou apoiando. Acho que os partidos são importantes e quem não tem partido depois para governar é difícil.
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Dito isso, acho que Luciano, se ele se dispuser a ser candidato, é um candidato, vamos ver o que ele vai dizer. Ele tem boas intenções. Não sei por qual partido ele viria. Falam em PPS, mas PPS não tem estrutura. Brasil precisa de apoios mais sólidos para construir um futuro”, completou.
FHC destacou no apresentador global o conhecimento que ele tem do povo, e disse ainda que ele pode vir como um nome para “arejar” a situação política atual. “Houve movimento ‘onda azul’ para renovar PSDB, cadê? A onda deu na praia. É bom ter gente como Luciano porque precisa arejar, botar em perigo a política tradicional, mesmo que seja do meu partido. É preciso que ela seja desafiada por pessoas portadoras de ideias e processos políticos novos para que o próprio partido possa avançar. Está havendo sinal nessa direção”, alertou.
O tucano defendeu ainda um mecanismo de abertura que poderia facilitar candidaturas avulsas de modo a “fertilizar a vida política, senão as oligarquias partidárias dominam tudo”.
“Eu acho que o que é preciso é alguém com força que entenda isso e possa fazer proposta um novo tipo de relação entre política e a sociedade. Nesse momento um vai para um lado e outro vai para outro. A sociedade olha para a política e não gosta, mas vai votar. Mas votar no quê? Se a estrutura não muda, acaba votando mais ou menos nos mesmos”, finalizou.



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