By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Rádio Najuá – Imagem: G1
Luciana não tinha concorrentes dentro do PSOL para representar a sigla na eleição presidencial. O nome dela foi referendado por 61 membros do diretório nacional e 27 representantes de diretórios estaduais do partido.
A candidata passou a ser a escolha do PSOL para a disputa da eleição depois que o senador Randolfe Rodrigues, que cogitava se lançar, ter anunciado, no último dia 13, que não iria mais concorrer.
Aos 43 anos, a candidata a presidente do PSOL comanda atualmente a presidência da Fundação Lauro Campos, vinculada ao partido. Ela exerceu mandato de deputada estadual no Rio Grande do Sul entre 1995 e 2002, pelo PT. Em 2002, foi eleita deputada federal, também pelo PT, mas foi expulsa pelo partido em dezembro de 2003, depois de ter votado contra o projeto da reforma na Previdência. Ao lado da ex-senadora Heloísa Helena (AL), é uma das fundadoras do PSOL.
Legalização da maconha, casamento entre homossexuais e aborto
Um dos principais representantes das alas mais radicais da esquerda, o PSOL incluiu em seu plano de governo propostas que têm sido deixadas de lado no discurso dos demais candidatos à presidência da República. De acordo com Luciana Genro, a sua campanha defenderá, por exemplo, a legalização com regulamentação da produção e venda da maconha, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a legalização do aborto.
De acordo com Luciana, a defesa pela descriminalização da maconha, baseada no exemplo uruguaio, busca mudar o atual modelo de combate ao tráfico de drogas e evitar o contato do usuário com o traficante. “Não estamos fazendo apologia à maconha, não fazemos apologia ao rejeitar a guerra às drogas. Estamos fazendo que as drogas sejam discutidas de forma aberta na nossa sociedade. Vamos pautar a discriminalização da maconha e a sua regulamentação”, disse.
Em relação ao aborto, a candidata disse não apoiar o ato em oposição ao uso de contraceptivos, mas propõe a criação de mecanismos de garantir assistência às grávidas que desejam abortar e impedir que elas sejam consideradas criminosas. Já o casamento homoafetivo é considerado uma bandeira da campanha. “Nós vamos defender os direitos de todos que querem amar e ser amados, e não vamos aceitar discriminação e homofobia.”
‘Revolução tributária’
A candidata também defendeu que seja feito o que ela chama de “revolução tributária”, com uma “inversão” do atual modelo de cobrança de impostos. “Esta vai ser a nossa primeira medida. Vamos enfrentar aquele um por cento mais rico da população. A revolução tributária no Brasil é para que não sejam mais trabalhadores, classe média e pobres que sustentem a arrecadação tributária no país. Hoje os bancos quase não pagam imposto”, declarou.
A candidata não detalhou como se dará a mudança, mas disse que se baseará em projetos que tramitam no Congresso Nacional. Assim como é recorrente no discurso do PSOL, Luciana disse, ainda, que o país deve se recusar a pagar dívidas adquiridas com bancos. “Vamos suspender o pagamento dos juros das dívidas aos bancos, aos grandes especuladores. E vamos fazer que seja investido em educação, saúde, transporte público, direito das mulheres […].”
Financiamento de campanha
Além de referendar a candidatura de Luciana Genro e Jorge Paes, a convenção do PSOL neste domingo também discutiu o plano de governo do partido nas próximas eleições. Um dos temas em debate foi o financiamento de campanha, que hoje no PSOL é feito exclusivamente por pessoas físicas.
Os delegados dos diretórios da sigla chegaram a discutir a possibilidade de especificar a exclusão da doação para campanha feita por médias e grandes empresas, o que facilitaria a doação de micro e pequenos empreendedores. No entanto, a maioria preferiu não alterar o estatuto do PSOL.
De acordo com a ex-deputada do partido Maninha (DF), membro do diretório nacional do PSOL, a convenção também serviu para deixar clara a posição da sigla em relação aos principais candidato à Presidência da República. “Ficou definido que temos três campos distintos. Já sabíamos qual é o lugar da Dilma e do Aécio nas disputa pela presidência, mas não havia uma definição sobre o PSB e Eduardo Campos. Agora vemos que ele é uma terceira via e não estamos juntos com nenhum deles”, declarou.
Figuras importantes do partido, como o senador Randolfe Rodrigues (AC) e a ex-senadora Heloísa Helena (AL) não participaram do encontro. Neste fim de semana, o PT e o PR também realizaram convenção nacional para definir candidaturas. A convenção petista confirmou o nome de Dilma Rousseff para reeleição ao lado de Michel Temer. Já o PR decidiu adiar para o dia 30 a decisão sobre que candidato irá apoiar. A definição ficará a cargo dos 23 membros da executiva nacional do partido.
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