By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RÁDIO NAJUÁ – Imagem: Divulgação
O presidente do Sindicato Patronal Rural de Irati, Mezaque Kécot Veres, participou de uma reunião com diversas empresas fumageiras brasileiras, na última semana. O encontro teve o objetivo de discutir o reajuste no preço pago pelo produto adquirido pelas empresas diretamente dos produtores. O encontro foi realizado em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul.
Os fumicultores pediam um reajuste de 2,7%, que corresponde à variação do custo de produção do tabaco de um ano para o outro. No entanto, todas as empresas rejeitaram a proposta, sendo que algumas delas nem chegaram a oferecer uma contraproposta. Uma das únicas a oferecer um outro percentual foi a Souza Cruz, que propôs um aumento de 2,2%.
Enquanto a maioria dos representantes dos fumicultores do sul do Brasil decidiu aceitar a proposta da fumageira, Mezaque, que representava a Federação dos Agricultores do Estado do Paraná (FAEP), optou por não assinar nenhum protocolo com a empresa. Ele relata que houve duas reuniões com as empresas, nas quais os produtores não tiveram sucesso. “Achei que não poderia assinar esta proposta porque nós não tínhamos todos os dados da variação de preço da empresa Souza Cruz. A empresa vai praticar, já a partir desta safra, 2,2% de reajuste”, frisou.
Conforme Mezaque, não foi assinado nenhum outro protocolo com as demais empresas. Algumas delas ofereceram reajustes mais baixos: a CTA ofereceu de 0,7 a 1,2% e a JTI ofereceu 1,55% e um aumento de mais de 4% no fumo super maduro, cujo preço deve ultrapassar os R$13,00. “Nós, por outro lado, ficamos descontentes com muitas empresas que não ofereceram reajuste. Principalmente com esta nova legislação do Foniagro e das Cadec’s, estas empresas precisam ser chamadas à responsabilidade e nós vamos acompanhar a compra para elas não prejudicarem as nossas empresas”, comentou.
De acordo com o presidente do Sindicato Rural, haverá uma quebra na safra de fumo em 2018. Porém, ainda não é possível saber qual será o tamanho do prejuízo dos fumicultores, mas há uma previsão de que o percentual passe de 10%. “É muito importante o agricultor estar atento a esta informação para eles saberem que o produto está sendo valorizado. Nós esperamos que as empresas valorizem de fato o produtor, pois sabemos, de fato, como é difícil, principalmente em uma época de chuvas como esta, o pessoal colher e batalhar dia e noite, então precisa ser reconhecido. Neste ano, o Sistema Integrado está completando 100 anos, e nós esperamos principalmente das empresas este reconhecimento para os nossos produtores”, afirmou.
Mezaque comenta ainda que fumageiras e produtores devem elaborar, a partir deste ano, o custo de produção em conjunto. Assim deve ser feito com a empresa Souza Cruz, que analisou e aceitou a proposta. Outras empresas ainda devem analisar este pedido. “A hora em que nós fizermos o custo de produção em conjunto, nós vamos ter a variação exata, daí não tem como as empresas terem um argumento e a representação dos agricultores ter outro, pois vai ser o mesmo índice. Vai ser a hora de as empresas assumirem este compromisso efetivamente com os nossos produtores”, afirmou.
Conforme Mezaque, a cadeia produtiva do tabaco é a única no Brasil que tem o custo de produção feito através de uma pesquisa, que é finalizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “Esta pesquisa é um trabalho feito com mais de mil produtores, no qual cada um é visitado em quatro etapas. Então, saiu um custo de produção completo. Esta variação do custo cobre todas as operações, inclusive as depreciações existentes em uma estufa, em um equipamento, e cobre tudo isto”, frisou.
Mezaque destaca que o tabaco, atualmente, está entre os produtos que têm maior produtividade e ocupam menos espaços nas propriedades em todo o Brasil. “Hoje é fácil superar R$19 mil ou R$20 mil, e conforme a produtividade, é bem mais que isto, por hectare. Então, se comparando com a soja ou o milho, (o valor) é várias vezes a mais que estes produtos”, pontuou.
Além disso, o produtor de tabaco tem a garantia da segurança da compra do produto, e a remuneração da mão-de-obra fica com a própria família. Mezaque destaca que, atualmente, cerca de 30 mil famílias cultivam o fumo no Paraná. Grande parte delas está na região sudeste. “É uma atividade de uma importância social e econômica da nossa região e também do estado”, comentou.
Produção de tabaco deve apresentar quebra em 2018
Ainda de acordo com Mezaque, muitos produtores de tabaco tiveram perdas neste mês de janeiro por conta das chuvas, que têm sido frequentes em toda a região. “Às vezes, o produtor está colhendo, mas, por causa do excesso de chuvas, as folhas acabam caindo, o que resulta em uma perda de produção e afeta a qualidade na hora de secar porque a umidade relativa do ar é muito grande para secar o produto. De fato, diminui a produção e também diminui um pouco a qualidade”, ressaltou.
A falta de energia elétrica também pode causar sérios prejuízos aos produtores de tabaco, principalmente nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. “Inclusive, nós temos também um trabalho muito grande com a Copel para eles melhorarem a distribuição de energia nestas linhas que atendem os fumicultores. Já vem sendo feito este trabalho de um tempo para cá para termos esta melhoria. Quando acontecer de termos queda de energia, deve haver o pronto reestabelecimento do serviço, com menos de duas horas, de preferência”, finalizou.
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