sexta-feira, 9 de outubro de 2015

'Patética', diz professor sobre imagem supostamente feita por ETs em Prudentópolis



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 Imagem: Novelo Filmes

É a ‘prova’ de existência mais patética que já vi”, afirma o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Jorge Quillfeldt sobre a figura supostamente feita por extraterrestres em uma lavoura de trigo em Prudentópolis, na região central do Paraná. Segundo ele, não se trata de um agroglifo e, sim, de "agrodepredação".
A imagem apareceu na Chácara Santini, a menos de um quilômetro do Centro de Prudentópolis, entre a noite de segunda-feira (5) e a manhã de terça-feira (6). Em entrevista ao G1, o dono da propriedade rural, o radialista Tito Santini, contou que os círculos pareciam desenhados com compasso.
Quillfeldt é professor do Departamento de Biofísica da (UFRGS) e coordenador da disciplina de Exobiologia – área multidisciplinar da ciência que estuda a possibilidade de vida extraterrestre. Segundo ele, não existem provas científicas de que ETs existem. “A ufologia é uma indústria comercial. Os ufólogos são pseudocientistas que vivem de pseudo-evidências”, afirma.
O professor acredita ainda que a figura foi feita por mãos humanas, assim como, de acordo com ele, ocorreu na Inglaterra. “É possível fazer todos aqueles círculos usando uma estaca e uma corda. Os de Prudentópolis, por sinal, estão bem malfeitos. São uns ETs desleixados”, opina.
O outro lado
O ufólogo Ademar José Gevaerd, que afirma estudar o assunto há mais de 20 anos, discorda do professor. Ele visitou a propriedade rural na quarta-feira (7), após saber do caso pelo G1, e está convencido de que a figura é, sim, um sinal emitido por extraterrestres.
“Seria impossível alguém ou um grupo de pessoas fazer a figura sem ser visto. Agroglifo é um tema de estudo, de investigação, de análise e não de achômetro. Ele [Quillfeldt] não tem autorização para falar sobre porque não foi até o local”, afirma.
Na quarta-feira, além de ufólogos e de curiosos, o caso em Prudentópolis também atraiu uma produtora que prepara um documentário para a History Channel sobre o assunto. O drone da Novelo Filmes, produtora de Santa Catarina responsável pelo filme, permitiu a todos analisar a figura inteira.
“A partir de 150 metros de altura, já era possível ver o majestoso formato e suas enormes medidas. Foi uma grande surpresa”, relata Gevaerd.
Os vídeos não podem ser divulgados porque pertencem ao documentário “Círculos” (nome provisório), que ainda está sendo produzido e deve ficar pronto em 2016.
“São mais de três anos de pesquisa. A intenção é documentar o fenômeno [agroglifos] no país”, explica a produtora e diretora Cíntia Domit Bittar. Além da History Channel, o filme será exibido em outros canais brasileiros.
Gevaerd conta que, enquanto o drone sobrevoava o agroglifo e capturava imagens em alta resolução, ele e o grupo de estudiosos Roma, de Guarapuava, na região central do Paraná, mediam os elementos da imagem para que um croqui oficial da figura fosse feito.
“A figura tem dois anéis de diferentes tamanhos, mas com cerca de 50 metros cada. Eles se interseccionam em aproximadamente 35% de sua área, dentro da qual há um círculo central de 20 metros de diâmetro”, explica. Ele relata ainda que os anéis e o círculo têm as plantas dobradas, mas não quebradas, em sentido anti-horário.
"O mesmo se verifica também em quatro círculos menores, mas de tamanhos diferentes, encontrados a leste, na extremidade do além à direita. Seus tamanhos aumentam gradativamente, o que é algo interessante", relata.
Testemunhas e conclusão
O ufólogo conta, por fim, que ouviu vários relatos no local. “Muitas testemunhas contaram ter visto luzes sobre a propriedade, tanto na noite de segunda para terça, quanto por volta das 22h30 de terça. Também disseram que faltou luz em toda a cidade no meio da madrugada que precedeu terça”, revela.
Conforme Gevaerd, não é possível dizer que os fatos estão interligados ao agroglifo. "Nos próximos dias, tratarei tanto da novidade de termos um agroglifo no Paraná (em vez de Santa Catarina, como habitualmente ocorre desde 2008, com acompanhamento da Revista UFO) quanto de sua forma, interpretação e conclusões", explica.
Entretanto, o ufólogo adianta que sua conclusão preliminar é a de que se trata de um caso verídico de agroglifo. "A figura não é feita por mão humana e tem características que comprovam isso, como a forma, a perfeição simétrica, entre outras. É, na verdade, um sinal produzido por inteligência extraterrestre", finaliza.
Ouça aqui a entrevista do ufólogo para a Rádio Najuá.

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