By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: TRIBUNA DO CEARÁ – Imagem: Divulgação
Pacientes com câncer e soropositivos podem ter uma opção mais acessível para prosseguirem em seu tratamento, graças a um animal bem comum no Ceará, a cabra. É que uma pesquisa desenvolvida pela Universidade Estadual do Ceará (Uece) busca utilizar o leite dos mamíferos para a produção de medicamentos mais acessíveis e eficientes. O que falta, agora, é patrocínio para os experimentos.
A pesquisa “Caprinos Transgênicos como Biorreatores para Produção de Fármacos de Interesse em Saúde Humana” teve início em 2000, no Laboratório de Fisiologia e Controle da Reprodução da Uece, em parceira com um grupo de estudiosos russos.
De acordo com o professor de Biotecnologia da Reprodução, e um dos pesquisadores do trabalho, Vicente Freitas, a ideia foi usar uma construção de DNA humano para injetar em animais e que seria utilizada para o tratamento de pessoas com imunodeficiência. Os escolhidos foram caprinos e o leite de suas fêmeas, devido ao baixo custo e precocidade do animal.
“Os caprinos já nascem transgênicos a partir dessa alteração, pois passam a produzir a substância humana. Optamos usar o leite pela facilidade de colher”, explica. Em 2006, graças aos estudos da universidade, nasceu o primeiro animal transgênico da América Latina, que viveu apenas 19 dias por ter tido complicações no parto. Os pesquisadores não desistiram e, dois anos depois, vieram mais dois caprinos da raça Canindé, típica do Nordeste. Estes vingaram e iniciaram a primeira geração, que hoje conta com cinco animais estudados pela Uece.
Tratamento
A proteína produzida pelo leite das cabras transgênicas estimula a colônia de granulócitos, que são as células de defesa do corpo humano. “Um paciente que tem câncer, por exemplo, passa por diversos processos exaustivos, como radioterapia ou quimioterapia. Isso faz com que sua imunidade baixe muito. A substância dos animais serve para auxiliar no tratamento, dando melhores condições de recuperação”, esclarece.
Embora os atuais medicamentos para câncer sejam distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), eles são importados, com custo de aproximadamente R$ 3 mil para 5 ampolas. No tratamento, costumeiramente são utilizadas 15. “Com o desenvolvimento de medicamentos a partir do leite de cabra, o custo seria bem mais baixo e acessível. A fila de espera é muito grande, imagine quantas pessoas vêm a óbito esperando um remédio desses”, observa.
Pesquisa precisa de apoio
A expectativa é encontrar um parceiro da área privada ou pública, que esteja disposto a fazer a purificação do leite. Dessa forma a proteína poderá ser separada. A partir daí, os teste de validação, pré-clínico, desenvolvimento e aprovação do remédio podem ser feitos. Porém, desde que os primeiros animais nasceram, há sete anos, a pesquisa busca por apoio financeiro, mas não obteve grandes avanços.
“Nossa ideia é, a partir da substância gerada pelos animais transgênicos, produzir medicamentos mais baratos. Já foi provado muitas vezes que o modelo animal é mais rentável que o cultivo tradicional de células. Nossa esperança é um investimento, desde que os primeiros animais nasceram precisamos disso, as pessoas precisam”, conclui.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, em 2014, 20.080 novos casos de câncer foram registrados no Ceará. Destes 10.480 em mulheres, sendo o principal deles o câncer de mama. Já no os homens, na próstata.
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