sexta-feira, 9 de outubro de 2015

“O Beto tá com a gente”, teria dito auditor fiscal ao entrar na prisão em Londrina



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: JORNAL DE LONDRINA Imagem: Divulgação


Uma declaração feita pelo principal delator da Operação Publicano, o auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, sugere que há uma ligação direta do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), com o grupo de servidores acusados de corrupção na Receita Estadual. Em depoimento prestado ao Ministério Público de Londrina entre os dias 11 e 12 de maio, o delator revela aos investigadores que o auditor fiscal Márcio de Albuquerque Lima chegou à Penitenciária Estadual de Londrina dizendo que “o Beto tá com a gente, hein, não esquece não”. “Ele bateu no peito e disse”, afirmou Souza, que permanece preso, de acordo com o termo de colaboração firmado com o MP.
Ex-inspetor geral de Fiscalização na Receita Estadual e parceiro de corridas automobilísticas do governador tucano, Márcio de Albuquerque Lima chegou a ser preso no âmbito da Operação Publicano, deflagrada em março deste ano, mas hoje responde a duas ações penais em liberdade. Em outro depoimento prestado por Luiz Antônio de Souza, no dia 4 de maio, o auditor fiscal também fala da ligação do empresário Luiz Abi Antoun, acusado de comandar o esquema de corrupção na Receita Estadual, com o governador.
Souza conta que, no ano de 2010, quando Beto Richa era candidato ao Executivo, Lima tentava se aproximar do tucano, na tentativa de ganhar um cargo de chefia dentro da Receita Estadual. Para ajudar Lima, Souza sugeriu que ele, então, se aproximasse “do primo do Beto Richa”, o Abi, quem “efetivamente tinha influência”.
“Na realidade, quem efetivamente manda na Receita Estadual do Paraná é Luiz Abi Antoun, e esse fato é de pleno conhecimento no governo e nas delegacias regionais, tanto que é Abi quem efetivamente decide quem ocupa os cargos de alto escalão da Receita Estadual”, reforçou Souza aos investigadores.
Outro lado
Na quinta-feira (8), a reportagem procurou a assessoria de imprensa do governador, que se manifestou através de uma nota, na qual sustenta que “as declarações são absurdas e não encontram respaldo na verdade”. A reportagem também deixou recado para o advogado Douglas Maranhão, que defende Lima, mas não obteve retorno até o fechamento da edição. O advogado de Abi, Antonio Carlos Coelho Mendes, tem reiteradamente dito que só se manifesta nos autos do processo.

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