sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Na Finlândia, só trabalhará quem quiser a partir do ano que vem



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: YAHOO Imagem: AFP


O governo finlandês cogita adotar a renda universal mínima para toda a população a partir de 2016 ou 2017, independentemente da classe social ou da idade. A ideia é substituir quase todas as políticas assistencialistas sociais do governo por apenas uma, igual para todos.
De acordo com reportagem do site da rádio francesa RFI, um dos objetivos é justamente reduzir os gastos com programas sociais, mas isso não quer dizer que todos os benefícios serão extintos.Os complementos para habitação, por exemplo, continuariam. Da mesma forma, aqueles que contribuíram a vida inteira para aposentadoria vão ter direito a uma renda a mais na velhice”, diz o economista Marc de Basquiat, outor de uma tese sobre o assunto, em entrevista à publicação. “Ou seja, vão continuar existindo ajudas a mais, separadas.”
Em algumas regiões do país, o desemprego está na casa dos 20%. Mas, para o especialista, a renda universal não necessariamente significaria toda a população ociosa. “Sempre existiram e sempre existirão pessoas que escolhem viver com muito pouco dinheiro e são felizes assim”, explica o francês. “Mas as pesquisas já feitas na França, nos Estados Unidos ou no Canadá mostraram que o número daqueles que param completamente de trabalhar é muito marginal. É preciso acabar com a fantasia em torno desse assunto: em regra geral, as pessoas querem se integrar na sociedade e, para isso, elas exercem uma atividade.”
Ainda em desenvolvimento, o programa agora estuda qual é o valor ideal para o benefício – nem muito alto, nem insuficiente para o sustento no mês. O governo da Finlândia trabalha com valores entre 400 euros (aproximadamente R$ 1.770) e 700 euros (cerca de R$ 3.100).
A população local se mostrou à favor da medida, com 80% dos votos favoráveis em pesquisas recentes. Em toda a Europa, movimentos defensores da renda universal ganham força em um momento no qual o continente lida com crise econômica e social, principalmente em função da situação dos refugiados de zonas de conflito.
“O objetivo é dar escolhas para as pessoas, sobre como elas vão trabalhar. Se elas querem trabalhar em tempo integral, em meio período, ou mudar para um trabalho que faça, de fato, sentido para elas”, afirma Nicole Teke, coordenadora internacional do Movimento Francês por uma Renda de Base (MFRB). ”O mais difícil é mudar a mentalidade das pessoas sobre esse assunto, fazer com que elas percebam que o trabalho pode ter um outro valor. É mais uma questão de mentalidade do que de economia.”

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