By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RPC – Imagem: Rpc
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)
prendeu preventivamente nesta terça-feira (6) 11 policiais rodoviários
estaduais suspeitos de corrupção. Outro policial foi preso em flagrante
por porte ilegal de arma e munição.
O Gaeco informou que um policial, alvo de mandado de prisão preventiva, não foi localizado e é considerado foragido.
Durante a ação, os agentes apreenderam dinheiro, documentos, contratos, armas, munição e celulares.
Os mandados foram cumpridos em nove cidades: Planalto, Capanema,
Barracão, Cascavel, Assis Chateubriand, Jaguariaíva, Ponta Grossa, Pato
Branco e Francisco Beltrão. Os postos da Polícia Rodoviária Estadual que
foram alvos da operação ficam em Palmas, Mariópolis, Francisco Beltrão e
Realeza.
Dos 11 policiais investigados, quatro também devem responder por porte ilegal de arma e munição.
Investigações
O promotor do Gaeco Roberto Tonon detalhou que as investigações
começaram depois de um suposto desvio de carga de cigarros
contrabandeados do Paraguai pelos policiais investigados. A abordagem
ocorreu em Francisco Beltrão.
O esquema consistia, ainda segundo o Ministério Público do Paraná, em
abordar veículos irregulares, como caminhões e ônibus vindos do
Paraguai, nos postos da Polícia Rodoviária Estadual e receber vantagens
dos motoristas para que não fossem feitas autuações. Os policiais também
avisavam aos motoristas sobre bloqueios.
"Verificamos a conduta inadmissível por parte de pessoas que exercem
uma função importante na sociedade. Talvez por questões financeiras ou
para obtenção de vantagens acabam cedendo em benefício próprio", pontuou
o promotor.
A operação foi deflagrada após oito meses de apuração, ainda conforme o
promotor. Os policiais são suspeitos de crimes militares como peculato,
que é desvio de bem público para benefício próprio, corrupção passiva
ou concussão, ou seja, receber vantagem indevida, falsidade ideológica,
organização criminosa e violação de sigilo funcional.
Os policiais rodoviários presos foram encaminhados ao Batalhão da
Polícia Militar de Pato Branco e depois transferidos para a sede da
Corregedoria em Curitiba.
“Essa é apenas o começo da investigação, existe outras apurações em
andamento. Vamos analisar os materiais apreendidos, e também devemos
apurar se há o crime de lavagem de dinheiro", disse Roberto Tonon.
O que diz a PM
A Polícia Militar informou, por telefone, que respeita as conclusões
obtidas pelo Gaeco e que apoiou as investigações desde o início, bem
como apoiou a prisão dos policiais por meio da Corregedoria-Geral da
corporação.
A PM afirmou, ainda, que não compactua com o desvio de conduta de seus
integrantes e sempre que fica comprovado o envolvimento de algum
policial militar em algum crime, as medidas legais são tomadas,
respeitando-se o devido processo legal a ampla defesa e o contraditório.
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