By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
Uma moradora de Fernandópolis, no interior de São Paulo, gravou um
vídeo como forma de apelo para conseguir ajuda ao filho que foi
diagnosticado com autismo.
"Por misericórdia, esse é o apelo de uma mãe. Não sei mais o que fazer e acorrenta-lo foi a única alternativa que encontrei", diz a mulher.
A família mora na cidade com pouco mais de 67 mil habitantes e afirma
que já tentou vários tratamentos para amenizar os surtos de André, hoje
com 28 anos. No entanto, até o momento, nem os medicamentos ou qualquer
tipo de terapia causaram efeito.
“Ele toma vários comprimidos por dia e, mesmo assim, continua se
batendo, se mordendo e gritando muito. Deve ter algum problema muito
mais sério que ainda não foi diagnosticado”, diz Marisa, de 47 anos.
Na gravação, Marisa diz que não aguenta mais ver o filho acorrentado e
pede ajuda para um possível diagnóstico diferente do autismo.
"Ele se bate, ele se agride. É com ele mesmo, não é agressivo com
ninguém e eu não aguento mais viver nesta situação, de ver este menino
acorrentado dia e noite."
Sem controle
Marisa afirma que precisou deixar de trabalhar para cuidar do filho,
que começou a apresentar alterações no comportamento aos 10 anos. André
chegou a ser internado, começou a tomar a medicação indicada pelo
médico, mas não teve a reação desejada.
Aos 15 anos, André passou a ficar isolado e agressivo, foi neste momento que a mãe decidiu usar a corrente.
“Eu não conseguia mais controlar. Era dia e noite de olho para ele não
se machucar. Então comecei a usar a corrente. Ele fica na área e no
quarto acorrentado. Quando preciso dar banho, eu preciso segurar o André
com muita força”, afirma ao G1.
Ela conta que fez a gravação com o objetivo de que um especialista a
oriente sobre o diagnóstico do filho. “Toda e qualquer ajuda para a
nossa família é bem-vinda, mas hoje procuro por um especialista para que
a gente faça um exame mais específico. Nós não temos condições de arcar
com os custos.”
Apoio
Segundo Marisa, o Centro de Referência em Assistência Social (CREAS) da
cidade já acompanhou o caso de André, mas, hoje ele recebe apoio do
Centro Atenção Psicossocial (CAPS II).
Em nota, a prefeitura de Fernandópolis confirmou os acompanhamentos do
jovem e afirmou que todas as questões judiciais constam no laudo do
paciente junto ao CREAS.
Informou, também, que o paciente é diagnosticado com autismo e o
atendimento é feito por meio do acompanhamento, a partir de visitas
domiciliares mensais para a entrega da medicação, aferição dos sinais
vitais, pesagem e avaliação do quadro mental.
Confira a nota na íntegra:
“O
caso de André Padilha já foi acompanhado pela Secretaria Municipal de
Saúde, através do CREAS (Centro de Referência em Assistência Social),
por anos. Em decorrência do paciente sofrer traumas durante internações,
foi determinado pelo juiz que o tratamento dele fosse realizado em sua
residência, restrito para proteção do mesmo e recebendo apoio em relação
ao tratamento do CAPS II (Centro Atenção Psicossocial). Todas essas
questões judiciais constam no laudo do paciente junto ao CREAS.
O
atendimento do paciente, diagnosticado com autismo, é feito através do
acompanhamento com visitas domiciliares mensais para entrega das
medicações, aferição dos sinais vitais, pesagem e avaliação do quadro
mental. Recebe também visita médica de acordo com a necessidade e
alterações do quadro. A mãe não apresenta relatos de queixas de
alterações no quadro para equipe e não comparece nas reuniões familiares
no CAPS II. Ela recebe orientação durante visitas domiciliares.
As
medicações do paciente são para o controle da agitação e agressividade,
porém, ele sempre apresentou pouca evolução. Uma nova visita médica
será feita ao paciente na próxima semana. A família recebe auxílio do
CRAS.”
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