By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Mônica Dau (TV Morena)
"Uma vez fui na sua loja e roubei um biquíni e uma blusa de malhar. Não sei porquê fiz isso, sempre fui certinha com minha contas, mas enfim, isso não vem ao caso agora", escreveu a anônima.
A sinceridade da mulher espantou o dono da loja. "Levei um susto, estou
no mercado há mais de 50 anos e nunca me deparei com isso", disse
Valter.
O comerciante tem loja no Centro da cidade há 42 anos e não se lembra
do furto. Ele suspeita que tenha acontecido há mais de dez anos, porque
deixou de vender os produtos citados pela mulher.
“Na hora que eu recebi, me julguei impotente. Pensei: será que sou
trouxa? Vou divulgar isso aqui e vão me chamar de bobo e cego, mas me
conscientizei e acho que seria um ensinamento a pessoas que praticam
pequenos delitos. É uma forma de mostrar que, se a pessoa cometeu um
erro, há maneiras e meios de consertar isso”, ponderou.
A carta foi postada nos Correios com remetente fictício, nome falso e endereço inexistente, segundo o lojista.
"Se ela não mandasse essa carta, eu jamais iria saber do furto. Queria
descobrir quem é ela até para parabenizá-la pelo ato pela coragem,
porque a pessoa não se identifica com medo e vergonha. Deve pensar: qual
que seria a reação do lojista? Nós não iriamos fazer nada, denunciar ou
coisa assim", explicou.
Em outro trecho da carta, a pessoa diz que nunca usou os produtos
furtados e que pensou muito até encontrar a melhor maneira de pagar a
dívida antiga.
"Encontrei esta saída de pagar o que roubei. Andei pesquisando o preço
do biquíni e da blusa, seria mais ou menos R$ 400 e, estou te mandando
pelos Correios. Sinceramente, não tive coragem de entregar
pessoalmente", finalizou a mulher.
Antes da carta chegar, Alegrete diz que recebeu uma ligação, há alguns
meses, de uma pessoa, que também disse ter uma dívida antiga. Na época, a
pessoa desligou o telefone e o dono da loja não deu importância para a
história.
"Não tenho certeza, não sei se é a mesma pessoa. Tentei identificar
pela caligrafia, pelo remetente, mas não consegui. A gente não quer que
ninguém cometa atitudes como essa [furto], mas se cometer esse erro, que
a pessoa se desculpe, que não faça mais isso. Qualquer pessoa está
sujeita ao erro. Essa é a mensagem", ressaltou o dono da loja.
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