By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Beto Barata
Segundo o Ministério da Saúde, as diretrizes têm como objetivo permitir
que a mulher tenha maior poder de decisão sobre como será o nascimento
do filho – leia mais abaixo a lista completa.
As novas diretrizes, explicou o ministério, são baseadas em evidências
científicas coletadas por um grupo de especialistas, entre os quais
obstetras, clínicos gerais, neonatologistas, anestesiologistas e
enfermeiras, além de integrantes de entidades da área da saúde.
O lançamento das diretrizes aconteceu em cerimônia no Palácio do Planalto, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.
Entre os presentes à cerimônia estavam o presidente Michel Temer, a
primeira-dama, Marcela Temer, e os ministros Ricardo Barros (Saúde) e
Luislinda Valois (Direitos Humanos).
O que preveem as diretrizes
Boa parte das medidas anunciadas já existiam como recomendação do
ministério, mas agora, reunidas como diretrizes, serão publicadas no
"Diário Oficial" e passarão a ser de cumprimento obrigatório pelas
unidades de saúde, ou seja, a gestante pode questionar caso não sejam
aplicadas.
Outra novidade das diretrizes, segundo a assessoria do ministério, é
que as gestantes passarão a ter um plano de parto, com o qual saberão
desde o começo do atendimento pré-natal onde farão o parto e como será o
procedimento. Assim, terão a oportunidade de conhecer a maternidade e
se preparar adequadamente. O ministério espera que esse atendimento
estimule os nascimentos por parto normal.
Leia abaixo o que as novas diretrizes preveem como medidas que deverão ser incorporadas pelas maternidades:
- Presença de doulas e de acompanhante;
- Dieta livre, com o fim do jejum obrigatório;
- Métodos de alívio para a dor, como massagens, banhos quentes e imersão na água;
- Direito à anestesia e à reaplicação dela;
- Contato pele-a-pele da criança com a mãe imediatamente após o parto;
- Direito à privacidade da gestante e da família;
- Estímulo à amamentação.
Métodos a serem evitados
De acordo com o governo, outro objetivo da política é reduzir os "altos
índices" de intervenções consideradas desnecessárias, entre as quais
cesarianas e episiotomias.
Na avaliação do Ministério da Saúde, esses procedimentos não levam em
consideração os aspectos emocionais e culturais das mães e podem colocar
a vida da gestante e do bebê em risco.
Saiba abaixo os procedimentos que, segundo as novas diretrizes, devem ser evitados, quando possível:
- Episiotomia (corte no períneo);
- Uso do hormônio ocitocina para acelerar a saída do bebê;
- Cesariana;
- Aspiração do nariz e da faringe do recém-nascido;
- Técnica conhecida como "manobra de Kristeller", quando se pressiona o útero da mulher para ajudar a explulsão da criança;
- Uso do fórceps;
- Lavagem intestinal antes do parto;
- Raspagem dos pelos pubianos;
- Rompimento da bolsa;
- Corte precoce do cordão umbilical (os médicos deverão esperar de 1 a 5 minutos ou até cessar a pulsação).
Acesso ao DIU
- Uso do hormônio ocitocina para acelerar a saída do bebê;
- Cesariana;
- Aspiração do nariz e da faringe do recém-nascido;
- Técnica conhecida como "manobra de Kristeller", quando se pressiona o útero da mulher para ajudar a explulsão da criança;
- Uso do fórceps;
- Lavagem intestinal antes do parto;
- Raspagem dos pelos pubianos;
- Rompimento da bolsa;
- Corte precoce do cordão umbilical (os médicos deverão esperar de 1 a 5 minutos ou até cessar a pulsação).
Acesso ao DIU
O governo federal também informou que vai ampliar o acesso das mulheres
ao Dispositivo Intrauterino de Cobre (DIU), método contraceptivo
disponível nas unidades básicas de saúde, mas que agora passará a ser
oferecido para mulheres após o parto e após abortos.
As maternidades, segundo o Ministério da Saúde, terão 180 dias para se adaptar às medidas.
"Antes o procedimento era feito separadamente. A mulher, feito o parto,
em outro momento ela poderia solicitar a implantação do DIU. Agora nós
estamos autorizando que no mesmo procedimento [de parto e aborto],
quando a mulher já está sendo atendida, ela possa aproveitar esse
atendimento e implementar o método contraceptivo", explicou o ministro
da Saúde, Alexandre Barros.
Ligue 180
No evento desta quarta, o governo também informou que o Ligue 180
passará a receber denúncias de violência obstétrica. O programa foi
criado em 2005, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva
para orientar mulheres sobre direitos e serviços públicos.
Em 2014, no governo da então presidente Dilma Rousseff, o Ligue 180
também passou a ser disque-denúncia, com capacidade de envio de
denúncias para as secretarias de Segurança Pública estaduais e para os
ministérios públicos locais.
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