quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Mulher morre após esperar mais de 20 horas por cirurgia de urgência em hospital particular

By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Renato Cantharino (Rádio Globo) Imagem: Divulgação

A farmacêutica Ana Carolina Domingos Cassino, de 23 anos, morreu enquanto esperava por uma cirurgia de urgência, no Hospital da Unimed, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Ela foi atendida, primeiro, no início da tarde de sexta-feira (15), em uma unidade médica de emergência da Unimed, também na Barra, com fortes dores na região do abdômen. Após uma tomografia, que revelou que a paciente estava com apendicite, um procedimento cirúrgico foi marcado para 25 horas depois do primeiro atendimento recebido por Ana Carolina, na sexta-feira (15). À noite, ela foi transferida para o Hospital da Unimed. No entanto, antes da cirurgia, marcada para sábado, o estado de saúde da jovem piorou e os médicos a diagnosticaram com infecção generalizada. Mesmo assim, a cirurgia foi feita, horas depois. O noivo da jovem, Leandro Nascimento Farias, suspeita que a demora na realização do procedimento tenha agravado o quadro de saúde da farmacêutica. "Eles (os médicos) alegaram que, de acordo com a interpretação que foi feita da tomografia, e por ela ter apenas 23 anos, não seria necessário correr com a cirurgia. Segundo eles, ela poderia esperar até 48 horas. Mas, desde sexta-feira, ela estava sendo medicada para suportar a dor. Todo mundo sabe que apendicite, quando é diagnosticada, tem que correr para operar", desabafa Leandro.
De acordo com o gastroenterologista Marco Marcondes, o prazo máximo para realização de cirurgia de apendicite fica entre quatro e seis horas. Após esse período, segundo ele, aumenta consideravelmente o risco de morte do paciente. "Apendicite, em geral, é caso de urgência cirúrgica. O máximo que se pode contemporizar é entre quatro e seis horas. A partir desse momento de seis horas, que já é um prazo dilatado, é um risco muito grande que o médico está correndo com o paciente", explica o especialista.
Depois da cirurgia, o quadro de infecção generalizada de Ana Carolina não foi estabilizado e ela foi levada para o Centro de Tratamento Intensivo do hospital. Às 5h de domingo, a paciente sofreu uma parada cardíaca e morreu. Ana Carolina e Leandro estavam juntos há sete anos. No início de 2014, eles realizaram o sonho de comprar um apartamento. Leandro lembra emocionado que, na noite anterior à internação, o casal foi a um shopping para ver alianças, pois o casamento estava marcado para dezembro deste ano. "Agora ela foi embora e não ficou nem um ano curtindo a nossa casa, a nossa vida. Ela partiu muito cedo. Eu não sei o que vou fazer da minha vida. Estou na casa dos meus pais e não sei se vou ter coragem de voltar para a nossa casa, porque vou me lembrar dela. Nós fazíamos tudo juntos, tínhamos uma vida toda planejada. Eu estou sem chão", emociona-se ele.
O vice-presidente do Conselho Regional de Medicina, Nelson Nahon, afirmou que uma sindicância será aberta pelo órgão nesta quarta-feira para apurar o caso. Segundo ele, será feita uma avaliação de todo o processo de atendimento da paciente para descobrir se a morte de Ana Carolina foi causada por uma fatalidade ou uma falha. O diretor médico do Hospital Unimed-Rio, Luiz Antonio de Almeida Campos, informou por nota que todo o processo de atendimento à paciente está sob apuração. Ainda de acordo com a diretoria da Unimed, os procedimentos realizados desde o primeiro atendimento estão sendo avaliados e tão logo as apurações sejam concluídas, serão submetidas à Comissão de Ética Médica do hospital, a quem cabe o parecer final sobre o caso.

OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE AUTORIZAÇÃO OU CITAR A FONTE

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.