terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Quem é o político com mais seguidores que Lula e Bolsonaro no Facebook



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: REVISTA ÉPOCA Imagem: Divulgação

Ele tem uma legião de fãs e pretende ser o presidente da República, mas é provável que você nunca tenha ouvido menção a seu nome. É o político brasileiro mais seguido no
Facebook (quase 8 milhões de fãs), muito além dos pré-candidatos à frente nas pesquisas eleitorais para a eleição de 2018. Ali, o perfil de Adilson Barroso – presidente do nanico partido Patriotas – arrebata mais apoiadores que Lula, Jair Bolsonaro, Marina Silva e Geraldo Alckmin.
Se no mundo virtual é um gigante, a origem de Barroso está na pacata Barrinha, no interior de São Paulo, cidade conhecida como a “princesa do Mogi”, em razão do rio que a atravessa. Foi lá que Barroso se tornou o segundo vereador mais votado. Conquistou 497 eleitores no último pleito – o equivalente a curtidas de um gato magro e feio. 
Continua depois da publicidade
Bolsonaro, o segundo político com mais fãs no Facebook, conta com 2,5 milhões de curtidas a menos do que Barroso. Os números do vereador de Barrinha se destacam no panorama mundial. Angela Merkel, Justin Trudeau, Emmanuel Macron e Theresa May, líderes de alguns dos países mais influentes do globo, passam longe da marca conquistada por ele. O canadense Trudeau, jovem, bonito e com um secto de fãs, só chega aos 5 milhões de curtidas.A receita do sucesso, para Barroso, é simples: evitar a política, apesar de ser político profissional. No mundo virtual, opta por ensinar potenciais eleitores a aliviar o desconforto no estômago ou a fazer cremes rejuvenescedores. “Tenho fotos de flores com 180 mil curtidas. De banana bonsai, com quase meio milhão. Se puser que o Lula ou o Temer não prestam, o povo não quer saber. Não vai dar nem 100 curtidas. O que eu busco é criar uma amizade com o eleitor”, justificou.
O campeão do Facebook tem participação discreta na política. Foi vice-prefeito de Barrinha por duas vezes. Em suas quatro tentativas para se eleger deputado estadual por São Paulo, fracassou em três. Obteve mandato na legislatura 2003-2006, graças ao desempenho da famosa Havanir Nimtz, candidata fenômeno do PRONA no pleito de mais de dez anos atrás.
Para chegar aos 7,6 milhões de seguidores de maneira orgânica, não bastam apenas as flores e os bonsais. Barroso recorre aos impulsionamentos, o pagamento para ampliar a veiculação de postagens nas redes sociais.
A reforma política, aprovada no final do ano passado, legalizou a divulgação eleitoral nas redes sociais. As postagens pagas para potencializar o alcance de leitores foram permitidas desde que os autores sejam identificados e façam parte do comitê de campanha dos candidatos beneficiados.
Barroso vangloriou-se de ter impulsionado a aprovação da liberação da campanha virtual em conversas com o relator da reforma, o deputado Vicente Cândido (PT-SP). “Fiz a ele esse pedido que me impulsionaria nas redes sociais.” O vereador argumentou que a medida combateria o desmatamento, porque reduziria o abate de árvores usadas na impressão de papel dos quase onipresentes santinhos eleitorais. Outro argumento foi que os candidatos poderiam “chegar aos apartamentos”, em vez de se limitarem à distribuição de papel nas ruas.
O Brasil possui mais de 110 milhões de usuários no Facebook, um número graúdo mesmo considerando a existência de perfis falsos e perfis administrados por computador. “Não vai ter um eleitor no Brasil que não vai ficar sabendo da nossa candidatura. Isso tudo sem poluir”, sonha Barroso, sem se importar com os números das pesquisas eleitorais, que ainda o limitam a candidato-traço, aquele que não soma menções suficientes para pontuar.
A internet pode mobilizar cifras milionárias na eleição brasileira deste ano. Na eleição presidencial americana de 2016, o gasto em publicidade digital foi de US$ 1,4 bilhão, ultrapassando o investido na televisão a cabo e no rádio. “Os fãs das páginas ajudam a construir um pensamento, uma imagem ideológica. Por meio dela, o político se vincula ao eleitor. É uma estratégia que estimula reações emocionais”, analisou André Miceli, professor de marketing digital na Fundação Getulio Vargas. Além disso, perfis falsos com frequência se
tornam disseminadores de postagens para enlamear os adversários, concentrando a parte suja da campanha.
No final de 2017, os interesses do Patriotas e de seu presidente eram outros. O deputado federal Jair Bolsonaro estudava se filiar à legenda para concorrer ao Planalto em 2018. Líder nas intenções de voto em cenários sem a concorrência de Lula, Bolsonaro optou pelo PSL e abriu espaço para que Barroso pleiteasse sua própria chance. Ele promete lançar sua candidatura a presidente em 17 de março, com estardalhaço nas redes sociais.
A presença robusta de Barroso, no entanto, não se reflete nos seguidores do seu partido. Com 80 mil curtidas, a página do Patriotas tem o alcance de um partido de médio porte, bastante distante de legendas como o PT e o PSDB. Com planos de impulsionar o máximo possível seus posts no Facebook durante a eleição (“se hoje um vídeo meu tem 1 milhão de espectadores, quero chegar a 5”), Barroso afirma que bancará os gastos com a criação do fundo de arrecadação de campanha, em maio.
Para além de seu perfil no Facebook, onde faz postagens diversas vezes por dia, e do site que alimenta constantemente, o político também marca presença, ainda que mais tímida, no Instagram. Lá, é seguido por 100 mil usuários, com quem compartilha centenas de fotografias de animais, frutas e árvores. Aos mais dedicados, há inclusive uma outra rede social em que Barroso compartilha informações sobre o meio ambiente, a fauna e a flora brasileiras para os seus “amigos”. Ao menos até começar a, finalmente, falar de política.
Quase correligionário de Barroso e o segundo político com mais curtidas no Facebook, Jair Bolsonaro é o presidenciável com maior engajamento nas redes e o que conta com os seguidores que mais interagem nesses espaços, segundo pesquisa de janeiro do Datafolha.
Bolsonaro tem uma equipe dedicada exclusivamente a atualizar suas páginas. Além do Twitter, Facebook e Instagram, onde tem milhões de seguidores, o deputado federal fluminense alimenta constantemente seu canal no YouTube e o blog que mantém com os filhos. É neles que Bolsonaro, frequentemente arisco a entrevistas, comenta temas do dia e faz críticas e promessas.
Entre os temas que mais aborda estão a defesa da laqueadura e vasectomia para a população mais jovem; o crescimento do que chama de notícias falsas contra ele e sua família (por ele denominado de “a maior campanha de assassinato de reputação da história recente do país”); críticas a supostas fraudes nas urnas eletrônicas brasileiras; e a situação da segurança pública nacional. O parlamentar não se acanha nem mesmo ao dar pitacos sobre a política externa. Apoiou declarações do presidente americano Donald Trump em defesa de Israel e condenou programas sociais do governo sueco.



OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE AUTORIZAÇÃO OU CITAR A FONTE

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.