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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: RBS TVA Polícia Civil de Garibaldi, na Serra do Rio Grande do Sul, e o Ministério do Trabalho investigam a suspeita de irregularidades no caso de uma idosa desaparecida desde 1979 encontrada vivendo em um hotel da cidade. A mulher de 73 anos voltou ao convívio da família, em Cachoeirinha, na Região Metropolitana.
A identidade da mulher não foi divulgada pela polícia.
Contudo, segundo o delegado Marcelo Ferrugem, a idosa era conhecida em
Garibaldi por um nome diferente daquele pelo qual foi registrada.
A mulher desapareceu há cerca de 44 anos, em 1979, de acordo com a polícia.
Conforme o delegado responsável pelo caso, a mulher teria se afastado da família por conta de uma desavença.
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"A senhora teria se afastado da família em 1979, por alguma desavença,
algo que não está bem esclarecido. Desde então, a família não soube mais
dela", diz Ferrugem.
A mulher foi localizada no dia 31 de janeiro, em um hotel de Garibaldi. A Polícia Civil chegou até a mulher após receber denúncias de que ela se encontrava nas dependências do estabelecimento.
O registro do desaparecimento só foi feito em 2021 por uma sobrinha que ficou sabendo de uma campanha de identificação de desaparecidos. Os parentes vivem em Cachoeirinha, a 117 km de Garibaldi.
Atualmente, a Polícia Civil investiga a suspeita de maus-tratos.
A possibilidade de cárcere privado foi descartada pelo delegado.
Segundo o hotel, a mulher tinha livre trânsito no local e alimentação
disponível.
Funcionários do local informaram à polícia que a idosa trabalhou como servente no estabelecimento na década de 1990. Em depoimento, a mulher disse que foi demitida em 2000, mas que foi mantida no local sem vínculo empregatício.
Ela ganharia de R$ 25 a R$ 50 por semana, sem folgas nos finais de semana, e trabalharia na manutenção do hotel. Com base nisso, o Ministério do Trabalho (MTE) apura se a mulher era mantida no local em condição semelhante à de escravizada.
Segundo a investigação, ela vivia em um quarto afastado da área de hóspedes. O ambiente não tinha iluminação natural e o banheiro não era próximo.
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"As condições de higiene no local eram precárias, roupas de cama e
colchão muito sujos. Ela fazia as necessidades em um balde", explica o
delegado.
Os agentes do MTE observaram que alguns móveis foram reparados e trocados de lugar entre a abordagem da polícia e a vistoria do órgão de fiscalização.
Na primeira ocasião, não havia iluminação, os móveis estavam quebrados e
não tinha pia no banheiro. Depois, havia lâmpadas e uma pia, além de
móveis que foram consertados.
O assessor jurídico do hotel, Flavio Green Koff, afirma que a mulher era entendida como parte da família.
"O tempo foi passando, foi passando, e não tinha o que fazer com essa
senhora. Vamos jogar na rua? O que fazer? Não tinha uma solução",
afirma.
O advogado diz ainda que a mulher "tinha uma vida normal, andava onde
queria; tinha o seu quarto, não era cinco estrelas, evidentemente; não
tinha banheiro no quarto, não era uma suíte, mas o banheiro dela ficava a
20 passos mais ou menos do quarto dela, em área coberta, não tinha
problema nenhum".
O hotel ainda nega que a mulher tenha permanecido como funcionária após a demissão, reforçando que a idosa apenas morava no local, com acesso livre e alimentação disponível.
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"Num primeiro momento, a família acolheu superbem a idosa, buscando
tratamento médico pra ela, psicológico, dental, ela está bem abalada. É
uma situação bem complicada", comenta.
Segundo o delegado Marcelo Ferrugem, a idosa "apresenta algum comprometimento cognitivo, talvez sinais de Alzheimer".
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