quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Casal de haitianos consegue ajuda para trazer 4 filhos ao Brasil após 8 anos afastados: 'Nunca perderam a esperança'

By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 Imagem: G1
Um casal de haitianos conseguiu trazer quatro filhos ao Brasil depois de viverem oito anos separados. Jean Renel Homere e Wisline Calixte Homere moram em Campinas (SP) com Benjamin, o filho mais novo, que é brasileiro, e tiveram de deixar o país caribenho por conta da crise humanitária e política que se estende no local há pelo menos dez anos. 
Jean foi quem se instalou primeiro na metrópole do interior de São Paulo para trabalhar como pedreiro. Um ano depois, com o dinheiro que ganhou, conseguiu trazer a esposa, mas Wisline precisou deixar os quatro filhos com a avó no Haiti. 
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O casal viveu sozinho em Campinas até a chegada de Benjamin. "A gente mandava o dinheiro, mas não dá para saber se as crianças estavam comendo, porque a vida lá é muito cara", contou a mulher.  
O reencontro do casal com a avó e as quatro crianças, no dia 20 de janeiro, aconteceu com a ajuda de uma rede de apoio que auxiliou nas questões financeiras e burocráticas e, no domingo (5), a família fez uma confraternização para agradecer as pessoas que ajudaram. 
"Eles nunca perderam a esperança e tiveram muita resiliência nesse processo de espera. A questão dos refugiados é de todos nós. São centenas de refugiados ainda longe dos pais, famílias separadas em função da imigração forçada. Então essa é uma questão que todos tem que cuidar com mais carinho", afirmou a jornalista Clarice Tanaka, uma das responsáveis por ajudar a família.  
Clarice conheceu Jean e Wisline em 2021 para fazer uma reportagem e decidiu construir uma rede de apoio para conseguir dinheiro e ajudar a família a promover o reencontro. Uma das ações foi realizar uma feijoada solidária para arrecadar fundos. 
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No entanto, o processo durou mais que o esperado por conta da suspensão do fretamento dos voos do Haiti para o Brasil. A grande chance foi a descoberta de uma rota liberada de Porto Príncipe para Manaus (AM) no início deste ano. 
"Até um dia antes do embarque eles não estavam com a autorização para entrar no Brasil. Então tiveram que correr com advogado, testes de Covid, para poder embarcar. Não teve como não se comover, foi um ano e meio de luta nossa e deles foram oito anos", disse a publicitária Aline Tanaka Kracizy.
A angústia pelo reencontro terminou no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP), quando todos se abraçaram. 
"Quando o momento está difícil, não é você que quer deixar a famílias para trás. Você quer que a família tenha uma vida melhor, coma um pão, então você tem que sair para fazer a família comer o pão", lembrou Jean.  

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