By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
A Câmara dos Deputados decidiu nesta sexta-feira (19) manter na prisão o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), preso por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Foram 364 votos a favor da manutenção da prisão, 130 contra e 3
abstenções. Depois de anunciar o resultado, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que a decisão vai mudar o comportamento dos deputados.
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Um dos principais defensores do presidente Jair Bolsonaro na Câmara, Silveira foi preso em flagrante na
noite de terça-feira (16) no Rio de Janeiro pela Polícia Federal após
divulgar um vídeo no qual fez apologia ao AI-5, instrumento de repressão
mais duro da ditadura militar, e defendeu a destituição de ministros do
STF — reivindicações inconstitucionais.
A prisão determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi confirmada por unanimidade pelo plenário do tribunal e mantida após audiência de custódia.
A Constituição prevê, no entanto, que a prisão em flagrante de
parlamentar deve ser submetida ao plenário da Câmara para que decida se a
mantém ou não.
Relatora
Em seu parecer, a relatora do caso, deputada Magda Mofatto (PSL-GO), defendeu a manutenção da prisão
do parlamentar. "Meu voto é pela preservação da eficácia da decisão
proferida pelo ministro Alexandre de Moraes [...] e confirmada à
unanimidade pelo plenário do STF", afirmou.
Na avaliação dela, Silveira usa o mandato como "plataforma para propagação do discurso do ódio".
"Temos entre nós um deputado que vive a atacar a democracia e as
instituições e transformou o exercício do seu mandato em uma plataforma
para propagação do discurso do ódio, de ataques a minorias, de defesa
dos golpes de estado e de incitação à violência contra autoridades
públicas", disse.
Ela destacou que nenhuma autoridade está "imune à crítica", mas que é
preciso separar a crítica contundente do "verdadeiro ataque às
instituições democráticas".
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"Nenhuma autoridade, é preciso deixar claro, está imune à crítica, seja
ela o presidente da República, os presidentes das casas dos poderes
legislativos, os parlamentares, os ministros do STF, os magistrados ou
os membros do Ministério Público, mas é preciso traçar uma linha e
deixar clara a diferença entre a crítica contundente e o verdadeiro
ataque às instituições democráticas", afirmou a deputada.
Defesa
Em sua defesa, Daniel Silveira pediu desculpas pelo ato diversas vezes e afirmou estar arrependido.
"Já disse que me arrependi. E me arrependi, de fato. Não estou sendo
demagogo ou hipócrita. Já solicitei aos pares a desculpa, a quem se
sentiu ofendido. E também pedi desculpas a todo o povo brasileiro, que
assim se sentiu ofendido", disse o deputado por vídeo da prisão onde se encontra, no Rio de Janeiro.
Ele também apelou aos colegas que "não relativizem" a imunidade
parlamentar. "Pode abrir precedências catastróficas", disse Silveira.
Pró e contra
Durante a sessão, vários deputados se manifestaram sobre a situação de Daniel Silveira.
Fernanda Melchionna (PSOL-RS) defendeu a manutenção da prisão do deputado.
“Eu acho que o relatório da deputada Magda apontou bem vários ataques
às liberdades democráticas cometidos pelo Daniel Silveira. Portanto, nós
do PSOL votaremos e lutaremos pela manutenção da prisão desse criminoso
delinquente. Votaremos também no Conselho de Ética. Aliás,
representamos já pela cassação do seu mandato”, disse a parlamentar
gaúcha.
Bibo Nunes (PSL-RS) discursou favoravelmente à soltura do colega de partido.
“Não estamos julgando o que ele falou. Ele mesmo disse que errou.
Estamos aqui para dizer se a prisão é certa ou errada. Na minha opinião,
essa prisão é totalmente despótica, autoritária”, disse Nunes.
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