By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
Asa Branca,
famoso locutor de rodeios, morreu aos 57 anos nesta terça-feira (4), no
Instituto do Câncer, na Zona Oeste de São Paulo em decorrência de um
câncer. Ele lutava contra a doença desde 2017.
O corpo será velado na Assembleia Legislativa de São Paulo e o
sepultamento será em Turiuba, no interior de São Paulo, cidade natal do
locutor. Ele deixou cinco filhos reconhecidos.
O locutor passou por várias internações recentes, sendo a última no dia
25 de janeiro, quando a família alugou uma ambulância para
transportá-lo do interior de SP para a capital paulista.
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Segundo o Instituto do Câncer, o horário do óbito foi às 14h30 desta
terça-feira. "Eu sou muito agradecida por Deus ter me dado a chance de
ter convivido com ele. Ele vai sempre estar no meu coração e tenho
certeza que vou encontrar com ele, esteja ele onde estiver", disse
Sandra.
Em contato com o G1 no domingo, a esposa de Asa Branca já havia sido informada pelo médico de que o quadro de saúde dele era irreversível.
"Ele gostava muito de viver, então, para ele, ele queria viver. No
passado ele fez algumas coisas que não foram legais. Ele queria fazer
diferente, queria mudar isso. Ele é muito devoto de Nossa Senhora, tanto
que tatuou uma imagem no braço. Ele foi valente", disse a mulher do
locutor.
Sandra disse ainda que "meu coração está partido, eu perdi o meu amor,
mas de qualquer forma eu estou aliviada porque ele estava sofrendo
muito."
Waldemar Ruy dos Santos, o Asa Branca, foi diagnosticado com câncer na boca em 2017. Ele também era portador do vírus HIV, doença descoberta em 2007.
Segundo a família, Asa Branca seria homenageado neste fim de semana com
a medalha da Ordem dos Parlamentares do Estado de São Paulo, mas, por
conta do agravamento da doença, ele não pode participar.
Ele fez novelas como "Mulheres de Areia", "Rei do Gado", apresentou o "Som Brasil" e o especial "Amigos."
Lenda dos rodeios
Waldemar Ruy Asa Branca dos Santos foi um ícone no mundo dos rodeios
por criar um novo estilo de narração. Ele revolucionou as apresentações
no final dos anos 1980 ao incrementar a locução a partir de um microfone
sem fio, algo inédito para época.
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Asa Branca aproveitou a evolução tecnológica para dar ainda mais ênfase
ao famoso “segura, peão”, criado por José Antônio de Souza, o Zé do
Prato, outro grande nome da locução de rodeios e que morreu em 1992.
“Ah, este é do Zé do Prato, conhecidíssimo. Eu só estiquei um pouco mais: ‘seguuuuura peãããão’”, relembrou em entrevista ao G1 Campinas e Região em 2018.
A partir disso, o rei de versos e jargões e da potente voz inconfundível começou a fazer história nos rodeios Brasil afora.
“O Brasil tem ótimos locutores e me sinto orgulhoso quando me dizem que
fiz escola. Me falam, ‘olha lá, Asa, está te imitando’. Eu respondo que
isso é ótimo, é sinal que sou uma referência”, afirmou.
Documentário e longa metragem
Sucesso, excessos e fé transformaram Asa Branca em um mito. No documentário “A Última Lenda dos Rodeios”,
lançado esse ano durante a Festa do Peão de Barretos, o locutor contou
detalhes sobre a vida atribulada, a luta contra drogas, as relações
amorosas e a batalha enfrentada para encarar de frente doenças como a
Aids, e um câncer de boca.
Em maio de 2018, ele fez um rodeio em Fernandópolis (SP), e, mesmo
recém-aposentado das arenas, se mostrou feliz em ver se aproximar o
início das filmagens do longa-metragem “Asa Branca – A Voz da Arena”. “O
Brasil tem ótimos locutores e me sinto orgulhoso quando me dizem que
fiz escola. Me falam, ‘olha lá, Asa, está te imitando’. Eu respondo que
isso é ótimo, é sinal que sou uma referência”, conclui
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