By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Beto Barata
O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (15) que a reforma da Previdência proposta pelo governo
e em tramitação no Congresso vai evitar que o Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS) entre em "colapso". Segundo ele, se aprovada, a
reforma "não vai tirar direito de ninguém."
"Nós apresentamos um caminho para salvar a Previdência do colapso, para
salvar os benefícios dos aposentados de hoje e dos jovens que se
aposentarão amanhã. Isso, parece ser coisa 'será que é para tirar
direitos de pessoas?. Em primeiro lugar, não vai tirar direito de
ninguém. Quem tem direito já adquirido, ainda que esteja no trabalho,
não vai perder nada do que tem", disse Temer durante evento do Sebrae,
em Brasília.
Nesta quarta, várias cidades do país registraram protestos contra a reforma da Previdência. Em São Paulo, e na região metropolitana da capital paulista, por exemplo, ônibus e metrô pararam no início da manhã
(a circulação voltou parcialmente por volta das 8h30). O metrô funciona
parcialmente ao longo do dia, e rodovias foram bloqueadas.
Entre as medidas propostas pelo projeto de reforma está a criação de idade mínima de aposentadoria de 65 anos,
para homens e mulheres, e a exigência de que os trabalhadores
contribuam por 49 para terem direito ao benefício integral pelo INSS.
Medidas 'populares'
O presidente admitiu que poderá haver uma ou outra adaptação no texto
enviado pelo governo ao Congresso, mas defendeu que não seja feita uma
reforma modesta agora porque isso exigiria a adoção de medidas mais
drásticas no futuro.
Temer citou que, se a reforma aprovada for branda, em quatro ou cinco
anos o Brasil terá que fazer cortes de gastos muito maiores, a exemplo
de países como Portugal, Grécia e Espanha.
"Ou fazemos uma reformulação da Previdência agora – é claro, poderá
haver uma ou outra adaptação, o Congresso é que está cuidando disso –,
mas não podemos fazer uma coisa modestíssima agora para daqui há quatro
ou cinco anos termos que fazer como Portugal, Espanha, Grécia ou outros
países, que tiveram que fazer um corte muito maior porque não preveniram
o futuro", disse.
Temer citou o exemplo da Previdência do Rio de Janeiro que, segundo
ele, levou o estado a uma situação fiscal dramática. De acordo com o
presidente, sem a reforma o governo federal terá que adotar "restrição
absoluta" por conta das dificuldades financeiras e do aumento do rombo
do INSS.
O presidente destacou que a Lei de Responsabilidade Fiscal a União está
proibida de fazer empréstimo e dar auxilio sem contrapartida dos
estados.
Temer afirmou que o seu governo tem feito medidas populares e não
populistas e que, apesar de não ter aprovação imediata, elas terão
reconhecimento posterior.
"As medidas populistas começam cheias de aplausos, para logo depois se
relevarem um desastre absoluto. As medidas populares não têm aplausos
imediatos, mas têm o reconhecimento posterior", disse.
Desemprego
O presidente disse ainda que espera que haja uma redução significativa
do desemprego no país, principalmente a partir do último trimestre do
ano.
"O mercado vem dando notícias nessa direção", afirmou Temer durante evento de lançamento do programa Senhor Orientador.
O programa do Sebrae em parceria com o Banco do Brasil contratou 310
bancários aposentados para dar orientação de crédito a pequenos
empresários. Os consultores contratados têm mais de 60 anos.
Durante o evento, Temer disse que aceitaria a sugestão do presidente do
Sebrae, Guilherme Afif, de estudar um programa para incentivar a
contratação de trabalhadores com mais de 60 anos.
Grau de investimento
Durante sua apresentação, Temer afirmou que a inflação e o risco país
estão caindo, que a produção industrial mostra sinais de recuperação.
"Às vezes esquecemos que perdemos o grau de investimento há tempos
atrás. Estávamos a 570 pontos, o risco Brasil, hoje estamos a 270
pontos. Mais um pouquinho e voltamos a obter o grau de investimento",
disse.
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