By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: TRIBUNA DO PARANÁ – Imagem: Divulgação
A versão dos funcionários foi confirmada nas investigações da Polícia Federal. Segundo o delegado federal Maurício Moscardi Grillo, que lidera as investigações, a empresa sofreu uma “situação de extorsão clássica, clara, evidente”.
“Dois fiscais exigiam propina para poder não embaraçar o funcionamento da empresa mesmo não havendo, pelo menos em tese, um motivo para isso. Então, criaram circunstâncias, começaram pedindo alimentos, picanha – por mais vergonhoso que seja – a ponto de ficar muito caro para a própria empresa ceder a picanha. Você imagina a quantidade que acontecia”, disse o delegado durante coletiva na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
As atividades da empresa, quando ainda tinha fábrica em Balsa Nova, chegaram a ser interrompidas por determinação de um dos fiscais envolvidos no esquema desmantelado pela PF na operação Carne Fraca, deflagrada nesta sexta-feira (17). Segundo relatos, após sofrer pressão dos fiscais, a empresa acabou cedendo. Inicialmente, os servidores públicos se apropriavam de mercadorias do Madero: hamburgueres e peças de carnes nobres eram levados por eles. O material era colocado no porta-malas do veiculo dos próprios agentes.
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Depois , segundo relato de funcionário do Madero à PF, os fiscais passaram a pedir dinheiro. “A empresa chegou a pagar algumas vezes e, no termo que falam com a Polícia Federal ela diz claramente sobre isso, que ela se sentiu coagida. As vezes que ela se negou a pagar eles tentaram embargar de alguma forma o funcionamento do frigorífico, na cidade de Ponta Grossa”, contou Grillo na coletiva.
Após a mudança da fábrica para Ponta Grossa, nos Campos Gerais, a empresa teria sido procurada duas vezes pela chefe do Sistema de Inspeção de Produtos de Origem Animal no Paraná(Sipoa/PR), Maria do Rocio Nascimento, uma das pessoas presas pela Polícia Federal na ação desta sexta-feira.
O caso do Madero está entre as situações relatadas no despacho do juiz Marcos Josegrei da Silva, da 14.ª Vara Federal de Curitiba, como fundamentais para a autorização da quebra do sigilo telefônico, fiscal e bancário dos envolvidos, que resultou na Operação Carne Fraca. O mega- esquema de liberação de certificação sanitária fraudulentas foi detectado em sete estados. As empresas JBS, BR foods e Seara estão entre os envolvidas.
A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com a assessoria do Madero para comentar o caso no início da manhã desta sexta-feira. Até o momento, a assessoria ainda não respondeu às demandas da reportagem.
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