By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: TNH1 – Imagem: Divulgação
Aos poucos, com as audiências públicas realizadas na
comissão especial, os deputados que analisam a proposta de reforma da
Previdência passam a ter contato com mudanças mais específicas, mas de
grande impacto para alguns grupos.
É o caso das aposentadorias por invalidez que, com a
reforma, passarão a ser chamadas de aposentadorias por incapacidade
permanente. São aqueles segurados que ficaram incapacitados durante a
vida laboral.
Outra situação é a aposentadoria das pessoas com
deficiência, ou seja, pessoas que desde sempre trabalharam sob essa
condição. Essa aposentadoria é relativamente nova, foi regulamentada em
2013.
Sem fundamento
Para as aposentadorias por incapacidade, o governo
propôs garantir benefício integral apenas para os trabalhadores que
ficaram incapacitados durante a atividade laboral.
Os demais cairiam na fórmula geral da reforma que
garante 51% da média de salários mais 1 ponto por ano de contribuição. A
regra já é diferenciada para servidores públicos.
O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) criticou a
mudança: "Quer dizer agora que a aposentadoria por incapacidade
permanente, os 100% são um prêmio para quem se acidentou no trabalho?
Olha, se você não pode trabalhar porque sofreu isso no trabalho, nós te
damos 100%. Agora se você é um desgraçado que perdeu a capacidade de
trabalhar por um acidente de trânsito ou por uma bala achada, lamento
muito. Azar seu. Tomara que você tenha contribuído muito tempo. Qual é o
fundamento disso?".
Coordenador-geral de Serviços Previdenciários e
Assistenciais do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Josierton
Bezerra afirmou que as incapacitações fora do ambiente do trabalho são
95% do total.
Na avaliação do servidor público, isso justificaria a
mudança proposta. "Eu demonstro que esse benefício, aposentadoria por
invalidez, ele é operacionalizado no INSS”, explica Josierton.
“Quando a gente associa a invalidez sem ter relação
nenhuma com o trabalho, estes últimos anos trazem uma média de 185 mil
benefícios (por ano). Enquanto os benefícios relacionados ao trabalho,
eles estão aí na casa de 9 mil a 9.500 nos últimos anos", acrescenta.
Comparações internacionais
O assessor especial da Casa Civil, Bruno Bianco,
disse que estas aposentadorias representam 11,3% da despesa do regime
geral da Previdência.
Ele disse ainda que comparações internacionais
mostram que, no Brasil, o percentual do salário da ativa que corresponde
ao benefício é elevado.
Além disso, outros países também fariam a
diferenciação entre aposentadorias decorrentes de acidentes de trabalho e
as relacionadas a outros tipos de acidentes.
Prejuízos
A reforma da Previdência eleva de 15 para 20 anos o
tempo de contribuição mínimo para a aposentadoria por idade das pessoas
com deficiência. Segundo Izabel Maior, do Movimento das Pessoas com
Deficiência, hoje, com 15 anos de contribuição, este segurado leva 85%
da média salarial. Com a reforma, passaria a levar 71%, contribuindo
mais.
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