Projeto de diversificação do tabaco atende 1.200 famílias da região começou em Prudentópolis

By: INTERVALO DA NOTICIAS

Texto: Edilson Kernicki (Rádio Najuá) – Imagem: Élio Kohut (Intervalo da Noticias/Rádio Najuá)

Começam na próxima semana as atividades de um projeto desenvolvido em parceria do Departamento de Estudos Socio-Econômicos Rurais (DESER) com a Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do Sul do Brasil (Fetraf) para diversificar a cultura do tabaco. A chamada pública do projeto vai abranger onze municípios do Centro-Sul: Irati, Mallet, Rio Azul, São João do Triunfo, São Mateus do Sul, Palmeira, Ivaí, Ipiranga, Imbituva, Guamiranga, Prudentópolis, podendo em breve se estender para Rebouças, Teixeira Soares e Fernandes Pinheiro. Esses três municípios não estão oficialmente incluídos na chamada pública, mas as entidades do projeto se articulam ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para essa finalidade.

A agrônoma Cleimary Fatima Zotti, do DESER explicou à Najuá como funciona a parceria. Segundo ela, o projeto envolve três organizações: além do DESER, que historicamente vem acompanhando as famílias produtoras de tabaco através de pesquisas e assessoria, engloba a Fetraf e o ICAF-SC (Instituto de Cooperação da Agricultura Familiar de Santa Catarina), que é executora dessa chamada pública do MDA.

“A proposta foi escrita ainda em agosto do ano passado, mas só agora ele se torna palpável”, cita a engenheira agrônoma. O projeto deve atender a 1.280 famílias que pretendem deixar de produzir tabaco e promover a diversificação de culturas nas suas propriedades ou então aquelas que já deixaram a fumicultura desde 2009 e, ainda, jovens agricultores que trabalham em áreas de risco. “Ou seja, aqueles agricultores que têm até 35 anos, tanto homem quanto mulher, que estão em áreas em que o tabaco está sendo cultivado. Mesmo que eles não cultivem, mas que possam se tornar futuros produtores de tabaco”, explana Cleimary.

Em cada um dos municípios em que o projeto será aplicado haverá uma reunião para divulgá-lo e para tirar as dúvidas as organizações envolvidas. Depois dessas reuniões é que o projeto parte para as comunidades para explicar aos agricultores de que se trata essa chamada.

Esse projeto de assistência técnica e extensão rural (ATER), promovido pelo MDA, será executado pelo ICAF-SC, pelo DESER e pela Fetraf ao longo dos próximos três anos. Ao tirar as dúvidas dos agricultores quanto às possibilidades de diversificação de culturas, o programa visa melhorar a qualidade de vida das famílias do meio rural.

A equipe de técnicos que prestarão auxílio aos agricultores dentro do programa inclui dez profissionais de nível superior; cinco de nível técnico. Cada técnico será responsável por atender até 80 famílias, distribuídas entre esses municípios. “Não há um número específico por município, mas atenderemos essas 1.200 famílias dentro desses 11 municípios, além de Rebouças, Teixeira Soares e Fernandes Pinheiro, quando inseridos oficialmente dentro da proposta de chamada pública”, explica Cleimary.

Nos demais municípios, além de Prudentópolis, onde já ocorreu a reunião, os interessados devem procurar os presidentes dos sindicatos rurais ligados à Fetraf para mais informações. “Até o momento, como ainda estamos aguardando a oficialização do MDA para irmos a campo e fazermos o agendamento das reuniões, que devem ocorrer entre os próximos dez a quinze dias”, confirma.

A proposta do projeto é fortalecer as iniciativas de diversificação de cultura já existentes nesses municípios, de acordo com a engenheira agrônoma do DESER.

“É um projeto novo de ATER para a região e sabemos que existem processos de desenvolvimento que já estão acontecendo. Existem ações, comunidades que já têm um trabalho. Nossa ideia fundamental é priorizar e fortalecer essas organizações e essas iniciativas que já existem e fortalecer os agricultores para que eles busquem formas e saídas para diversificar. Quem vai definir quais são as cadeias [produtivas], como fazer, serão os envolvidos no projeto, tanto as organizações e principalmente os produtores que estão vivenciando a realidade da produção do fumo e da dificuldade da diversificação, que é um grande desafio”, ressalta.
Confira a entrevista com Cleimary:

Ouça aqui a entrevista.

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