quinta-feira, 3 de março de 2016

Bolsa sobe e dólar cai com força toda vez que chance de impeachment volta ao noticiário



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: FOLHA DE S PAULO Imagem: Divulgação

A alta do Ibovespa e a queda do dólar nesta quinta-feira (3) repetem um movimento visto em datas passadas, quando o mercado também reagiu dessa forma a notícias com potencial de aumentar as chances de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Hoje os investidores repercutem a notícia sobre a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) à força-tarefa da Operação Lava Jato, sinalizando que uma possível troca de governo seria melhor para os negócios.
Descolando-se dos mercados externos, o Ibovespa sobe mais de 4%, enquanto o dólar recua acima de 2%.
O principal índice da Bolsa paulista operava há pouco em alta de 4,10%, aos 46.743,33 pontos. A moeda americana à vista encerrou a sessão em queda de 2,11%, a R$ 3,8063. O dólar comercial recuava 2,15%, a R$ 3,8015.
As ações de estatais conduzem a alta do Ibovespa. Os papéis preferenciais da Petrobras disparavam mais de 16% há pouco e os ordinários ganhavam mais de 13%. Há altas expressivas também nos papéis do Banco do Brasil (mais de 11%). Fora do Ibovespa, da ações da Eletrobras também tinham forte valorização. Papéis do setor financeiro, da Vale e siderúrgicas também tinham altas expressivas.
Nesta quarta-feira, o Ibovespa também subiu e o dólar caiu com o noticiário político. Analistas e operadores apontaram como um dos fatores para o bom humor do mercado a informação de que o empresário Léo Pinheiro, ex-presidente e sócio da empreiteira OAS condenado a 16 anos de prisão na Operação Lava Jato, decidiu fazer um acordo de delação premiada, segundo a Folha apurou junto a profissionais e investigadores que acompanham as negociações.
"Não é o clima estável lá fora que vai animar ainda mais os negócios por aqui. Petróleo e Bolsas estáveis lá fora poderiam sugerir alguma realização por aqui, depois das fortes altas dos últimos dias, mas o foco por aqui está no noticiário político", escreveu o analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos.
"O mercado agradece toda vez que a chance de mudança no comando do país aumenta. Nem mesmo a manutenção dos juros pelo Copom com placar dividido vai tirar a força da expectativa de melhora", acrescenta.

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