By: INTERVALO DA
NOTICIAS
A Copel Telecom, braço de telecomunicação da estatal paranaense de
energia elétrica, está entrando no mercado de internet residencial. A
empresa sempre operou no atacado, vendendo a capacidade de sua rede para
outros provedores ou diretamente para médias e grandes empresas. O
plano agora é ser uma opção de banda larga para todos os paranaenses. A
empresa considera inclusive pacotes “triple play” no futuro, com oferta
de internet, telefone e TV a cabo. O serviço de internet
residencial, chamado Bel Fiber, já é oferecido em Curitiba e Irati, na
região Centro-Sul, com pacotes de banda larga de 20 Mbps (megabits por
segundo) a 100 Mbps. Os preços variam de R$ 109 a R$ 349. Em Ponta
Grossa e Foz do Iguaçu, o serviço começa ainda neste ano. Até o fim de
2014, o plano é chegar a 25 municípios. A estatal finalizou recentemente a implementação de uma rede de fibra
óptica interligando todos os 399 municípios do Paraná. Em dezembro
passado, o município de Ventania, nos Campos Gerais, foi o último a se
integrar à rede. O estado é o primeiro do país a ter uma infraestrutura
digital interligada. Com a capilaridade da rede e a qualidade da fibra óptica, a empresa
se coloca numa boa posição para crescer nesse mercado. A expansão só não
será mais rápida porque a Copel precisa fazer o cabeamento óptico
dentro das cidades. A estatal trabalha com a tecnologia Fiber To The
Home (FTTH), em que a fibra óptica chega diretamente ao computador do
cliente. Outras empresas de tele oferecem a solução FTTH apenas quando o
consumidor contrata um plano de 100 Mbps ou maior. Além de menos suscetível a problemas de clima, a fibra permite a
expansão de planos e pacotes com maior velocidade sem a necessidade de
grandes investimentos. A rede também tem capacidade para trafegar uma
grande quantidade de conteúdo. As teles, por exemplo, criaram soluções
híbridas de tevê para aproveitar a fibra. A GVT adotou o modelo IPTV, em
que o sinal da tevê chega via satélite, mas a parte de interatividade e
filmes sob demanda vem pelo cabo de internet. De acordo com o superintendente de telecomunicações da Copel, Antonio
Carlos Pereira de Melo, a empresa não descarta entrar no mercado de
tevê a cabo no futuro, sozinha ou em parceria. Atualmente, a estatal tem
uma parceria com a Sercomtel, empresa da qual é acionista, para
oferecer serviço de telefone aos clientes. Nos planos combinados, o
preço da internet sai R$ 20 mais barato para quem também contrata o
serviço de telefonia.
Infraestrutura
Na capital, falta de tubulação adequada é o principal problema
Em Curitiba, a Copel vem enfrentando um problema comum para as teles
que chegaram mais tarde ao mercado: a dificuldade de encontrar prédios
com tubulação adequada para o recebimento da fibra. Muitos prédios têm
tubulação com capacidade para receber apenas um serviço de tevê ou banda
larga – os tubos são muito finos para ter uma segunda ou terceira
opção. Com isso, os moradores têm de entrar em acordo sobre a empresa
que vão contratar para o serviço. O problema é quase nulo no interior, onde o número de prédios é bem
menor. Em Irati, a primeira pequena cidade em que a Copel começou a
oferecer a banda larga, o interesse dos clientes residenciais
surpreendeu a estatal. “Não fizemos nenhum plano de marketing. A única
coisa foi uma entrevista para uma rádio local. A procura foi grande”,
afirma Antonio Carlos Pereira de Melo, superintendente de
telecomunicações da empresa. Segundo ele, a adesão de clientes
residenciais supera a de pequenas e médias empresas. A operação começou
em dezembro e a Copel ainda não informa dados sobre o número de
usuários.
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