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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: GMAIS NOTICIAS – Imagem: Divulgação49 de ouro, 20 de prata e três de bronze. Essas são as medalhas já
conquistadas em provas de atletismo por Isabella Carla Cordeiro da Silva
Francos. Com apenas 22 anos, a acadêmica tem levado o nome da
Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) em cada competição por
onde passa. Desde 2019, a atleta paralímpica cursa Pedagogia à
distância, no polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB) de
Prudentópolis, e divide sua rotina entre estudos, trabalho e treinos.
Nesse último fim de semana, Isabella esteve em mais uma competição
organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro. Ela foi uma dos 130
atletas que participaram do Meeting Paralímpico Loterias Caixa, em Campo
Grande, Mato Grosso do Sul.
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Mais duas medalhas entraram para a extensa
coleção da jovem – uma de ouro, no arremesso de peso, e outra de prata,
no lançamento de disco.
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Essa é a quarta competição que ela participa em 2024, ano que marca
uma década desde a sua primeira prova de atletismo. “O esporte entrou na
minha vida porque eu sempre acompanhava o pai e a mãe em treinos de
vôlei. Eu ia junto, mas comecei a gostar do atletismo. Minha primeira
prova foi em 2014, no lançamento de pelota, e hoje eu também faço
arremesso de peso, lançamento de dardo e de disco”, conta a estudante.
Orgulhoso, o pai e também treinador, Marcelo de Ávila Francos, conta
que a filha é a única atleta da Unicentro nessa e nas outras competições
em que ela participou. “A Isabella é também uma das mais novas do
circuito. Hoje em dia, ela faz pilates, academia e treino técnico. A
gente tenta fazer o possível a cada semana, mas sempre deixando claro
que ela vai se manter no esporte por quanto tempo ela quiser, enquanto
isso fizer bem para ela”, reforça.
Atualmente, a preparação da atleta envolve cinco profissionais,
incluindo fisioterapeuta, nutricionista e educadores físicos. Além do
pai, a mãe de Isabella também participa ativamente da rotina de treinos.
“Quando a Isabella começou no esporte, nós não imaginávamos que tomaria
uma proporção tão grande, mas fomos vendo, eu e a mãe dela, que ela é
uma atleta que está indo para o alto rendimento e resolvemos dar as
condições adequadas para isso”, afirma Marcelo.
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No sexto mês de gestação, Isabella foi diagnosticada com encefalocele
occipital, condição que ocorre pela malformação do tubo neural. Logo
após o nascimento, passou por uma cirurgia de correção, a qual foi bem
sucedida. Ao longo dos anos, a família não mediu esforços para dar
qualidade de vida e independência à jovem.
“Poucas pessoas com a sequela de encefalocele tem a condição que a
Isabella conseguiu ter de, inclusive, ser uma atleta. É um diagnóstico
que tem um impacto muito forte, mas que em nenhum momento a gente se
acomodou e, principalmente, a Isabella não se acomodou. Também tivemos
muitas pessoas que nos ajudaram, como a professora Adriane, que foi
fundamental nesse processo”, relembra o pai.
A professora mencionada por Marcelo é a Adriane Meyer Vassão, chefe
da Divisão de Inclusão e Acessibilidade do Câmpus de Irati. Ela
acompanhou de perto todo o empenho de Isabella no esporte e na vida
acadêmica. “Isabella é dedicada, atenciosa e motivada para sempre fazer o
melhor. Sempre buscou conciliar seus estudos e suas metas no esporte
em sua vida, é um exemplo para todos nós de superação e de
responsabilidade”, ressalta a docente.
Isabella também vem recebendo apoio da universidade com transporte
aéreo e rodoviário em algumas competições, como as Paralimpíadas
Universitárias de 2021 e 2022, eventos em que foi medalhista.
PLANOS PARA O FUTURO
Assim como grande parte dos atletas, Isabella sonha em participar dos
Jogos Paralímpicos. Com os pés no chão, a meta da estudante é treinar
mais alguns anos para atingir as marcas olímpicas. “Esse é o meu maior
sonho. Mas talvez para 2032, que será na Austrália”, avalia ela.
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Além do esporte, a universidade mostrou outros caminhos possíveis
para a acadêmica. “Estou no 4º ano de Pedagogia e depois da graduação eu
penso em continuar competindo, mas também continuar estudando. Ainda
estou em dúvida se faço uma pós-graduação ou não. Também queria muito
fazer bacharelado em Educação Física”, compartilha.
Independente do caminho, o desejo da atleta é conseguir inspirar e
motivar outras pessoas a praticarem um esporte, seja ele qual for.
“Acredito que poderíamos ter mais representantes da universidade no meio
esportivo paralímpico. Quero justamente incentivar os acadêmicos, e não
só aqueles que têm algum tipo de deficiência, mas que todos se inspirem
na prática esportiva”, finaliza.
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