By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR – Imagem: RPC
O homem condenado pela Justiça a devolver blusa de moletom da irmã
ou ressarcir os R$ 79,99 referentes ao pago pela roupa, disse nesta
quarta-feira (29) que pagou o valor conforme o determinado na sentença.
“Deixei ontem o dinheiro com o meu pai para minha irmã pegar hoje e me
trazer o recibo”, comentou o homem, que preferiu não ser identificado,
ao destacar que recebeu a encomenda, mas não pegou a blusa.
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A determinação do juiz Rosaldo Elias Pacagnan, do 1º Juizado Especial
Cível de Cascavel, no oeste do Paraná, foi publicada na segunda-feira
(27) e deveria ser cumprida no prazo de 24 horas.
Já a irmã, que também preferiu não ser identificada, disse que se sente
envergonhada pela situação e que só recorreu à Justiça porque o irmão
registrou um boletim de ocorrência com acusações contra ela.
Ao justificar a sentença, o magistrado deu um puxão de orelha nos dois irmãos.
“É coisa feia o que está acontecendo... E feia para os dois lados”, apontou.
Ainda de acordo com o juiz, foi necessário "aplicar o direito onde o amor deveria ter resolvido".
"Tais pessoas adultas, que deveriam se amar e respeitar, conseguem a
proeza de continuar brigando por uma peça de roupa. Onde é que esse
mundo vai parar?", citou.
Na decisão, o juiz relata que a irmã provou que comprou a blusa de
moletom pela internet com o cartão de crédito e pediu que a entrega
fosse feita em nome da mãe.
Quando a encomenda chegou, continua, o homem abriu a caixa e encontrou a
peça. Por ter gostado da roupa, ficou com a blusa, motivo que a levou a
acionar a Justiça.
Uma audiência conciliatória foi marcada para resolver o problema, mas os dois não entraram em acordo.
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O juiz explicou na decisão que se a blusa fosse da mãe, o réu estaria
livre de condenação pelo crime de apropriação indébita ou furto. Mas,
como a irmã provou ser a dona, não há como deixar de aplicar a lei.
Em entrevista à RPC,
Pacagnan explicou que, independente dos custos que uma ação como esta
gera assim como o tempo que se perde, a sentença tinha como objetivo
chamar a atenção para a necessidade do diálogo.
“Isso demonstra, uma impaciência, uma intolerância, uma indisposição
das pessoas para o diálogo. Todo processo custa dinheiro, pode não ter
custado objetiva e diretamente àquele que procurou a Justiça, mas para a
sociedade sim. Então, a sentença, não só essa, mas em outros casos
menores, é no sentido de chamar a atenção para que nós nos posicionemos
de maneira aberta ao diálogo.”
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