By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Fábio Motta (Estadão)
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal
(STF) decidiu nesta terça-feira (11) rejeitar, por maioria, 3 votos a
2, a denúncia de racismo contra o deputado e presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ). Com isso, o caso será arquivado.
Bolsonaro foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) em abril em razão de falas consideradas racistas numa palestra que fez no ano passado no Clube Hebraica do Rio de janeiro.
Na ocasião, disse que, se eleito presidente, não destinará recursos
para ONGs e que não vai ter "um centímetro demarcado" para reservas
indígenas ou quilombolas.
E acrescentou: "Onde tem uma terra indígena, tem uma riqueza embaixo
dela. Temos que mudar isso daí. [...] Eu fui num quilombo, o
afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu
acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano
é gastado com eles".
A Primeira Turma começou a analisar o caso no último dia 28 de agosto.
O julgamento foi interrompido por um pedido de vista (mais tempo para
análise) do presidente da Turma, ministro Alexandre de Moraes.
Continua depois da
publicidade
O relator, Marco Aurélio Mello, e o ministro Luiz Fux votaram para
rejeitar a acusação e enterrar as investigações sobre Bolsonaro. Luís
Roberto Barroso e Rosa Weber votaram para receber a denúncia e abrir uma
ação penal.
O julgamento foi retomado nesta terça com o voto de Moraes. Ele
acompanhou o relator pela rejeição da denúncia e desempatou o placar a
favor do presidenciável.
'Grosseria'
Para Moraes, as declarações de Bolsonaro, embora "grosseiras" e "vulgares", não extrapolaram para um discurso de ódio.
“Ou seja, declarações absolutamente desconectadas da realidade. Mas no
caso em questão, na contextualidade da imunidade, não me parece que,
apesar da grosseria, apesar do erro, da vulgaridade, do desconhecimento
das expressões, não me parece que a conduta do denunciado tenha
extrapolado os limites da liberdade de expressão qualificada e abrangida
pela imunidade material. Não teria a meu ver extrapolado um verdadeiro
discurso de ódio, de incitação ao racismo ou à xenofobia”, disse Moraes.
“Suas declarações, principalmente as mais grosseiras e vulgares em
momento algum tiveram intuito, pelo menos o intuito objetivo que se
percebe, de negar o sofrimento ou ser contra, o sofrimento causado aos
negros e seus descendentes pela escravidão”, completou o ministro.
Continua depois da
publicidade
Moraes afirmou ainda que as declarações do presidenciável foram dadas
em um contexto de crítica a instrumentos e políticas governamentais. Na
avaliação do magistrado, "quem deve anaisar [as falas] é o eleitor" e os
cidadãos.
"O cerne da manifestação é uma crítica a políticas de governo, a
políticas com as quais não concorda o denunciado, não chegando a
extrapolar para um discurso de ódio”, ressaltou o ministro.
Réu
Bolsonaro já é réu
em duas ações penais no STF por injúria e incitação ao crime de
estupro. Em discurso na tribuna da Câmara dos Deputados em dezembro de
2014, ele disse que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS)
porque ela "não merece" e não faz o "tipo" dele.
OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE
RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA
NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM
OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE
AUTORIZAÇÃO OU CITAR A FONTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.