By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
Um vendedor de 26 anos foi preso suspeito de ter matado asfixiada a
namorada dele de 31 anos e enterrado o corpo dela na cidade de Patos, no
Sertão paraibano. O crime aconteceu na última terça-feira (26), mas só
foi descoberto nesta sexta-feira (29). Segundo a Polícia Civil, o crime
ocorreu durante uma briga, depois que a vítima teria visto contatos de
mulheres numa rede social do suspeito. O caso está sendo tratado como
feminicídio. A Polícia Civil divulgou os detalhes da investigação neste
sábado (30).
Segundo o delegado da Polícia Civil, Ronis Feitosa, o suspeito Kelvy
Ubiraci Gomes de Vasconcelos assumiu a autoria do crime enquanto estava
sendo interrogado. Ele foi preso na sexta-feira, por força de um mandado
de prisão preventiva expedido pela comarca de Patos. Além do namorado
da vítima, um tio dele, Alan Gomes Alves, 24 anos, também foi preso
suspeito de ajudar Kelvy a ocultar o cadáver da namorada.
Desaparecimento
A família de Valéria havia feito um boletim de ocorrência, depois de
perceber o desaparecimento dela na quarta-feira (27).
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O corpo da mulher
estava enterrado no leito de um rio seco, no sítio Martins, que fica na
zona rural de Patos, a cerca de 12 quilômetros da área urbana.
De acordo com a investigação da Polícia Civil, na segunda-feira (25) a
noite, Valéria saiu com vizinhos para o culto religioso e depois voltou
para casa. Na terça-feira (26) pela manhã, por volta das 7h ela teve uma
discussão com o namorado, dentro do apartamento onde eles estavam
morando, no bairro Juá Doce, em Patos.
“No início da investigação, o namorado havia dito que ela saiu de casa
na terça-feira de manhã. Mas, os agentes de investigação perceberam uma
divergência na versão que ele havia relatado a família da vítima. Depois
ele acabou confessando o crime”, disse o delegado Ronis Feitosa.
A briga
Segundo o delegado, o suspeito contou que a briga começou na cozinha,
depois que a namorada teria visto contatos de mulheres numa rede social
dele. O casal tem uma filha de 5 anos de idade, que estava dormindo no
quarto, no momento do crime. O casal é de Campina Grande e se mudou para
Patos neste mês de junho, depois que Kelvy foi transferido na empresa
onde trabalha. Valéria também havia conseguido um emprego em um
restaurante da cidade.
“Ele disse que eles começaram a discutir depois que ela viu o celular
dela e que Valéria teria dito que iria sair de casa com a filha e iria
para a casa da sogra, na zona rural de Patos. Nesse momento eles
começaram a brigar e quando a mulher caiu no chão, Kelvy disse que deu
um “mata-leão” - golpe de jiu-jitsu – nela, matando a namorada
asfixiada.
Ocultação
O crime ocorreu por volta das 7h da terça-feira e ainda na mesma manhã o
corpo foi ocultado.
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Kelvy teria contado com a ajuda de um tio para
levar o corpo até o local onde foi enterrado. Segundo o delegado, os
dois suspeitos colocaram o corpo da vítima dentro de um tonel de
plástico, usado para armazenar lavagem para porcos. Eles usaram uma
carroça de tração animal para levar o corpo dentro do tonel até o sítio
Martins. Depois eles tiraram o corpo do tonel e enterraram no leito do
rio.
“O próprio Kelvy indicou o local onde o corpo estava. Quando o corpo
foi encontrado, ele disse que teria feito tudo sozinho, mas o local era
de difícil acesso e ao ser questionado, ele acabou confessando que o tio
teria ajudado ele a enterrar a namorada”, disse o delegado.
Prisões
Kelvy foi preso nesta sexta-feira quando estava trabalhando, no bairro
Novo Horizonte. O tio dele também foi preso. Os dois estão no presídio
Romero Nóbrega, na cidade de Patos.
O pedido de prisão na justiça foi feito depois que a Polícia Civil
realizou uma perícia no apartamento do casal entre a noite da
quinta-feira e madrugada da sexta-feira, onde foram encontrados
vestígios de sangue. “Ele havia dito que não houve luta corporal, mas
quando colocamos uma substância, os vestígios de sangue apareceram. Ele
já havia lavado o apartamento”, disse o delegado.
Depois que o corpo da vítima foi encontrado, ele foi encaminhado para o
Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (Numol) de Patos e depois
transferido para o Numol de Campina Grande, para realização de exames e
confrontos de DNA.
Feminicídio
O
delegado explica que o suspeito foi indiciado pelo crime de
femínicídio, tendo em vista que foi motivado por motivo fútil, se
enquadrando a lei. Segundo o artigo 121 do Código Penal, feminicídio se
aplica quando o crime é praticado “contra a mulher por razões da
condição de sexo feminino, considera-se que há razões de condição de
sexo feminino quando o crime envolve: violência doméstica e familiar ou
menosprezo ou discriminação à condição de mulher”.
Filha fica com avó
A
filha do casal, que tem 5 anos de idade, foi encaminhada para a casa da
avó materna, por meio do Conselho Tutelar. A avó paterna também havia
informado interesse de ficar com a criança.
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Segunda-feira (25): Valéria foi vista pela última vez pelos vizinhos, depois de ter ido para um culto religioso a noite.
Terça-feira (26):
Por volta das 7h o casal teve uma briga, depois que Valéria viu
contados de mulheres no celular de Kelvy. Ele teria matado ela asfixiada
com um golpe de jiu-jitsu. Ainda pela manhã, Kelvy pediu ajuda do tio e
colocou o corpo da namorada em um tonel de plástico e levou para
enterrar na zona rural. Eles usaram um carroça para o transporte do
corpo.
Quarta-feira (27):
Família percebeu o desaparecimento de Valéria e entrou em contato com
Kalvy. Durante a tarde, a família procurou a Polícia Civil em Campina
Grande para fazer um boletim de ocorrência pelo desaparecimento.
Quinta-feira (28):
A família da vítima foi até a cidade de Patos prestar depoimento na
delegacia. Kelvy foi intimado e compareceu a delegacia na presença de um
advogado. Depois das divergências, a Polícia Civil fez uma perícia no
apartamento e descobriu sangue.
Sexta-feira (29): Ainda
na madrugada as equipes continuavam no apartamento. Pela manhã a
Polícia Civil pediu a prisão de Kelvy na justiça. O suspeito e o tio
foram presos e levados para o presídio Romero Nóbrega.
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