By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e o secretário-geral do
partido, José Renato Casagrande, informaram neste sábado (20) que a
legenda decidiu fazer oposição ao governo e passará a defender a
renúncia do presidente Michel Temer.
Atualmente, a legenda comanda o Ministério de Minas e Energia. Siqueira
e Casagrande deram a informação à imprensa após reunião da Executiva
Nacional do partido, em Brasília.
Segundo o presidente e o secretário-geral da legenda, o PSB também
passará a defender a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) para a realização de eleições diretas no caso de vacância do cargo
de presidente da República.
A decisão do PSB é anunciada em meio à maior crise política enfrentada
por Temer desde que ele assumiu a Presidência da República, causada
pelas delações dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, e de Ricardo Saud, diretor da J&F.
Em razão do que foi informado pelos delatores, o ministro do Supremo
Tribunal Federal Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato,
autorizou a abertura de um inquérito para investigar o presidente, que nega as acusações.
"Nós nunca fomos governo porque, desde o começo, nos negamos a indicar
cargos, muito embora tenha o ministro indicado por setores do partido.
Mas a decisão de hoje, primeiro, é sugerir ao presidente que, para
facilitar a solução para o nosso país, que ele renuncie o mais rápido
possível. Segundo, foi referendado meu ato de já ter assinado o
impeachment contra o presidente Temer com outros partidos", declarou
Carlos Siqueira.
"O PSB tomará uma decisão de sugerir a renúncia do presidente, porque
ele perdeu as condições de governar o país. (...) Quem conclui que o
presidente não tem mais condições de liderar um projeto nacional se
coloca de fato na oposição", disse Casagrande, ex-governador do Espírito
Santo, momentos antes de Siqueira fazer o anúncio.
As medidas fazem parte de uma resolução da Executiva, divulgada após a
reunião. No documento, o partido diz ser "inevitável, nestas
circunstâncias, que o sistema político e a sociedade civil, até mesmo
para preservar níveis mínimos de coesão, se ponham em busca de soluções,
emergindo neste contexto o que seria a alternativa mais simples e
natural, ou seja, a grandeza da renúncia, quando se caracteriza o
esgotamento da governabilidade".
Ministério de Minas e Energia
Atualmente, o PSB comanda o Ministério de Minas e Energia. Sobre se o
chefe da pasta, Fernando Coelho Filho, permanecerá no cargo, Casagrande
avaliou que a nomeação foi uma escolha pessoal de Temer, não uma
indicação do partido.
Portanto, a decisão de Coelho Filho de permanecer ou deixar o cargo
devará caber ao próprio ministro, na avaliação do secretário-geral do
PSB.
Ao final da reunião, o presidente nacional do PSB voltou a dizer que a
legenda considera importante que o ministro de Minas e Energia deixe o
cargo. "Se o partido pediu o impeachment do presidente a quem ele serve,
se o partido pede a renúncia de quem ele serve, se o partido pede
pressa para que o presidente, que já não tem condições nem políticas,
nem morais, nem éticas, nem administrativas de continuar... o que ele
[ministro] está fazendo lá? Já deveria ter saído", afirmou Siqueira.
"Esperamos o bom senso e a saída dele. Temos muita estima por ele
pessoalmente, mas, politicamente, já é um equívoco continuar num governo
moribundo como esse que estamos assistindo", disse.
Caso o ministro deixe a pasta, será o segundo integrante do primeiro escalão a deixar o governo. O primeiro a sair foi Roberto Freire, do PPS, então ministro da Cultura.
"Talvez ele [Coelho Filho] seja até implicado a pedir licença do
partido para continuar exercendo [o comando do ministério]. Talvez ele
queira ficar no navio tocando o 'violino do Titanic'. Essa é uma opção
dele", disse a jornalistas neste sábado o deputado Júlio Delgado
(PSB-MG), presente à reunião da Executiva Nacional do PSB.
PEC das eleições diretas
Segundo Casagrande, o PSB fechará questão em torno da PEC que prevê
eleições diretas em caso de vacância do cargo de presidente da
República.
Pelas regras atuais, quando o cargo de presidente é vago nos últimos
dois anos do mandato, há eleição indireta, em que a escolha é feita
apenas pelos membros do Congresso Nacional.
Na prática, quando um partido anuncia o "fechamento de questão" em torno
de um assunto, significa que todos os parlamentares terão de seguir a
orientação da legenda, sob pena de punição se votarem de maneira
diferente.
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