By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RPC – Imagem: Felipe Rosa (RPC)
Os gêmeos da mãe paranaense que deu à luz depois de ter a morte
cerebral decretada deixaram o hospital e foram, na segunda-feira (29),
para casa em Contenda, na Região Metropolitana de Curitiba. Foram mais
de três meses internados desde o nascimento.
"O amor é infinito, não dá nem para descrever. É como se eu estivesse
aprendendo a ser mãe de novo", conta a avó das crianças, Ângela Silva.
Agora, os bebês, Asaph e Ana Vitória, estão saudáveis.
A filha dela, Frankielen da Silva Zampoli, tinha 21 anos e estava grávida quando teve uma hemorragia cerebral.
A família e os médicos do Hospital Nossa Senhora do Rocio, em Campo
Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, decidiram manter o corpo
dela funcionando, mesmo depois da morte cerebral, para salvar os dois
bebês. Deu certo: os gêmeos nasceram no dia 19 de fevereiro.
Entenda o caso
Foram mais de 120 dias de uma batalha pela vida. De carinho, de
dedicação, de acreditar no que parecia impossível. Frankielen chegou ao
hospital com uma hemorragia grave no cérebro. Três dias depois, os
médicos constataram a morte cerebral.
A jovem não tinha mais chances de viver, mas, dentro dela, batiam mais dois corações: o de Asaph e o de Ana Vitória.
A gestação estava apenas começando, no segundo mês. A equipe médica
tinha, então, o desafio de manter o corpo da mãe funcionando para que os
dois bebês pudessem se desenvolver.
"Nós precisávamos manter a pressão adequada da mãe, a oxigenação
adequada e manter todo o suporte hormonal e nutricional dela", explica o
médico Dalton Rivabem.
Cada minuto, cada avanço, cada resposta: foi uma gravidez monitorada 24
horas por dia e comemorada nos detalhes por médicos, enfermeiros,
nutricionistas, fisioterapeutas e outros profissionais da saúde.
Frankielen foi atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entre os cuidados, estava uma ecografia todos os dias.
O principal desafio, contam os médicos, era o de fazer com que os bebês
sentissem o afeto que a mãe não podia dar. Para isso, família e equipe
acariciavam a barriga, conversavam e cantavam para os bebês.
"Nós trouxemos canções para as crianças: canções de crianças, canções
improvisadas, canções que nós fizemos exclusivamente para elas. A UTI
ficou cheia de músicas de amor e afeto", conta a capelã e
musicoterapeuta Érika Checan.
Foi no hospital, cercada de carinho, que Frankielen ficou durante os
sete meses de gravidez e até os médicos não poderem mais esperar. Os
bebês nasceram com a saúde compatível com a de prematuros dessa idade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.