By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: YAHOO – Imagem: Divulgação
Ao
que tudo indica, epidemias apocalípticas e microorganismos mortais já
não são exclusividade da ficção científica. Pesquisadores descobriram
uma ameba cuja fama de “devoradora de cérebros” tem deixado os órgãos de
saúde pública em estado de alerta.
O
protozoário é capaz de matar uma pessoa em até 12 dias. E não, essa
bactéria não vem de outro planeta — tampouco foi criada em laboratório
por algum cientista maluco —, mas pode ser encontrada em piscinas, rios e
até na caixa d’água da sua casa.
Embora
tenham sido registrados até o momento apenas 133 casos de infecção pela
Naegleria fowleri, o que, convenhamos, é um número pequeno em meio à
população mundial, só 3 pessoas sobreviveram à famigerada ameba — um
índice de letalidade de 97%. Só nos EUA, foram 7 vítimas. Em toda a
América, 32 pessoas foram infectadas.
Os
registros de casos envolvendo a Naegleria vêm aumentando, diga-se de
passagem, graças ao aquecimento global, que tem elevado gradualmente as
temperaturas dos oceanos, tornando o meio aquático mais propício à
reprodução desse microorganismo.
Responsável
pela MAP (Meningoencefalite Amebiana Primária), a Naegleria fowleri não
é exatamente uma novata, uma vez que ela existe há mais de 1,2 bilhão
de anos na natureza. Há várias espécies dessa bactéria, mas apenas a
fowleri é responsável pela MAP.
Ela
invade o corpo humano pelo nariz, após a aspiração de poeira ou de água
contaminada, e através dos nervos olfativos é conduzida até a chamada
membrana aracnoide, por meio da qual ela se espalha pelo Sistema Nervoso
Central. Essa é a única maneira conhecida até agora pela qual o
protozoário é contraído, haja vista que ele não sobrevive no estômago
humano.
Os
sintomas, que aparecem por volta do quinto dia após a exposição,
incluem dores de cabeça, náuseas, alterações de paladar e cheiro,
vômitos, chegando, em alguns casos, a convulsões, ataxia (perda da
coordenação muscular) e até alucinações — ao que se segue o coma e,
posteriormente, o óbito.
Vale
dizer que a maioria dos diagnósticos dessa doença é realizada após a
morte do paciente. Embora a fama da Naegleria leve a crer que se
alimente de tecido cerebral, trata-se de uma informação imprecisa. O que
acontece, na verdade, é que a ameba causa danos irreversíveis ao
cérebro à medida que a infecção avança.
Atualmente,
o maior desafio dos epidemiologistas é avançar no tratamento da doença o
mais rápido possível, para que, uma vez diagnosticada, seja possível
frear a infecção. No Brasil, ainda faltam estudos aprofundados sobre a
Naegleria fowleri, mas a divulgação de casos relacionados mundo afora,
sobretudo nos EUA, tem contribuído para aumentar a consciência da
comunidade médica e da população sobre os perigos representados por esse
microorganismo.
Ainda
que a incidência ínfima dessa doença aplaque o temor dos frequentadores
de praias e rios, cientistas correm contra o tempo para encontrar um
tratamento. Até lá, nada de alarmismo. Protetores de nariz, como aqueles
usados por nadadores profissionais, ajudam a impedir a aspiração de
água, seja ela contaminada ou não.
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