quinta-feira, 27 de abril de 2017

Sem conseguir tratamento, criança de 4 anos pede para morrer



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: GAZETA ONLINE Imagem: Divulgação


"Vovó, por que papai do céu não me leva para o céu?", esse é o pedido de um menino de 4 anos, que há pelo menos três sofre com refluxo na bexiga e não consegue atendimento com um médico especialista em Vila Velha. Durante as crises agudas de dor, ele chora muito e pede a Deus para morrer. A família procurou a Defensoria Pública do município, que, nesta terça-feira (25), entrou com uma liminar na Justiça contra o Governo do Estado do Espírito Santo e a Prefeitura de Vila Velha para garantir o atendimento à criança.
Uma amiga da família contou ao Gazeta Online o drama do garoto. Segundo Biliana Coutinho Senna, 36, a urina do menino fica pingando o tempo todo. "Quando está em crise, o xixi não sai. Ele usa fraldas até hoje". Ela relata que a criança mora com os avós e com a tia, e que todos na casa estão desempregados. A situação financeira deles é delicada e vivem de bicos. "É difícil até para conseguirem comprar as fraldas".
A avó procura atendimento em postos de saúde desde quando ele tinha 1 ano de idade. "Falam que não tem esse médico e não dão nenhum recurso. O nosso único recurso é a defensoria. Ele já pede para Deus levá-lo para que essa dor passe. Na cabecinha dele, não tem mais jeito de tão intensa que é a dor. O menino não aguenta mais sofrer", desabafa Biliana.
De acordo com a amiga, a família do menino é do interior e muito humilde. Na tentativa de ajudá-los, ao ficar desempregada, ela pode acompanhar a situação mais de perto. "Fomos eu, a avó e o menino em várias unidades de saúde de Vila Velha e prontos atendimentos. Cheguei a conversar com uma pediatra. Expliquei toda a situação e eles me negaram um laudo. Foi necessário pagar uma consulta particular para um médico dar o laudo para a gente."
SAÚDE
O garoto de 4 anos, que pesa apenas 12 quilos, tem histórico de infecção urinária de repetição e uropatia associada a refluxo vésico-ureteral. O médico nefrologista Michel Assbú explica o que é esse problema de saúde.
"Quando a bexiga dele está cheia e contrai para urinar, a urina volta para os ureteres (tubos que levam a urina do rim à bexiga) e chega até o rim, o que gera a infecção de repetição e acaba com o rim."
Por isso, é necessário a consulta com um nefrologista infantil e o acompanhamento com o especialista, que faz parte da liminar.
Mas, na opinião do o médico, a criança também precisa de se tratar com um urologista para corrigir o refluxo. "Geralmente em menino o refluxo decorre de uma obstrução na saída da urina pela bexiga durante a micção. O tratamento inicial é corrigir o refluxo. Tem que tratar a causa. Quanto mais cedo houver a conversão do refluxo, melhor."
DEFENSORIA PÚBLICA
Nesta terça-feira (25), a Defensoria Pública da cidade protocolou na 1° Vara da Infância e da Juventude Cível de Vila Velha uma liminar. "Recebemos toda a assistência na Defensoria, desde o primeiro contato há cerca de 15 dias. A gente está esperando que a juíza dê pra gente essa causa ganha."
A liminar expedida pela Defensoria tem informações do laudo médico que diz: "A criança necessita ser acompanhada com nefrologista infantil para avaliação de função renal por motivos da infecções de repetição, em caráter de urgência."
EXPECTATIVA
"Estamos muito esperançosos. Todo mês ele toma antibiótico, melhora, e tem que tomar de novo. Ele não teve vida de criança. A partir do ano que vem, vai começar a estudar. Nosso problema não é apenas pagar a consulta, mas dar continuidade ao tratamento", afirma Biliana.
A amiga lembra que no dia do aniversário de 4 anos da criança, último 31 de março, o menino teve uma crise. "Em vez de participar do bolinho, ele estava dentro de um pronto-socorro."
O defensor público Carlos Eduardo Rios do Amaral, da Defensoria Pública de Vila Velha, chama a atenção para a dor da criança. "Na hora que fui bater a foto, ele chorou achando que ia tomar mais uma injeção. É de cortar o coração."
E completa: "Essa é a situação de saúde pública em Vila Velha. É muito difícil. Não é só Reforma da Previdência que temos que discutir, o povo sofre muito aqui embaixo. Às vezes, não tem uma fralda para uma criança. Só vendo olho no olho o sofrimento dessas pessoas", destaca o defensor.
OUTRO LADO
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informa que, até o momento, não foi notificada.
A Secretaria Municipal de Saúde de Vila Velha informou, também por meio de nota, que ainda não tomou conhecimento formal do caso, nem mesmo por meio de sua Assessoria Jurídica. "Mas, logo que isso ocorra serão tomadas as providências cabíveis perante o Judiciário com base em todo amparo legal".
AJUDA
Quem quiser ajudar a família pode fazer doações por meio de uma conta bancária. Ela pertence à Biliana, amiga da família, que acompanha a longa caminhada dos familiares em busca de atendimento médico para a criança. Os avós não têm conta em banco.
Biliana Coutinho Senna Apolinário
Banco: Banestes
Agência: 083
Conta Corrente: 18 203 505

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