As tentativas de associação do senador Hamilton Mourão (Republicanos) ao enredo da tentativa de golpe no 08 de janeiro investigada pela Polícia Federal (PF) esbarram em um fato que ficou conhecido ainda durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro: o isolamento de Mourão da cúpula bolsonarista ainda durante o mandato que se entendeu de até o ano de 2022.
Interlocutores ouvidos por O Antagonista reforçam: “Não há como associar o Mourão a isso. Ele estava isolado. Sequer era chamado para as reuniões”.
Ainda segundo líderes do Congresso, o ex-ministro-chefe da Casa Civil
do Brasil, general Walter Braga Netto, se portava como vice-presidente
diante da ausência de Mourão nas reuniões mais importantes. Descolamento
Diante da ausência do ex-presidente Jair Bolsonaro do país após o
resultado das eleições em 2022, Mourão fez pronunciamento oficial no dia
31 de dezembro de 2022, reconhecendo “o encerramento constitucional” da gestão bolsonarista.
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“Nenhuma novidade vinda desse que sempre disse que era um bosta”, reagiu o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) na rede social x.
Até aquela altura, o descolamento de Mourão da cúpula bolsonarista era
notável. Em entrevista ao portal Uol no início desse ano o senador
admitiu: “A partir do momento que o presidente Bolsonaro escolheu o
Braga Netto para ser seu candidato a vice, ele me colocou de lado. Não
me chamava nem para o cafezinho”.
Na mesma ocasião, ele revelou que interviu para que Bolsonaro
reconhecesse a derrota nas urnas e orientasse a multidão acampada em
Brasília a retornar para casa. “Ele apenas me ouviu. Não disse nem que sim, nem que não”, completou o parlamentar.
Fanfarronada
Em declaração feita ao podcast gravado para o canal de seu mandato, o
general do Exército brasileiro questionou a narrativa do golpe
divulgada até aqui.
“O que eu vejo nisso tudo é que nós temos um grupo de militares
pequeno, a maioria militares da reserva, não vou precisar citar nomes,
que em tese, montaram um plano sem pé nem cabeça. Eu não consigo nem
imaginar como tentativa de golpe”, comentou.
E completou: “É importante que as pessoas compreendam que
tentativa de golpe tem que ter um apoio de parcela expressiva da Força
Armada. Ninguém dá golpe no país sem ter a Força Armada”.
O senador detalhou os pontos que considera contraditórios nas informações publicadas acerca da tentativa de golpe investigada.
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“Essas
pessoas [investigados] não tinham comando de tropa. Você olha para os
dados divulgados, um plano sem pé nem cabeça, onde teriam armas, mas
iriam executar o presidente e o vice-presidente eleitos por
envenenamento. […] Me parece que [o plano] jamais teria sido feito por
pessoas que tiveram a oportunidade de fazer cursos de especialização
dentro do Exército que os capacitaria em muito melhores condições para
ações dessa natureza. Então vejo uma fanfarronada”, afirmou Mourão.
Para Mourão, há por parte da imprensa uma “busca incensante de envolver o presidente Bolsonaro” na trama golpista. Ele também considera que não há embasamento para o indiciamento do presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto.
“Arma-se esse cenário todo, joga-se um pó de Pirlimpimpim e aí saem 37 pessoas nesse pacote indiciadas”, disse. PARTICIPE DO NOSSO GRUPO NO WHATSAPP.
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