quinta-feira, 22 de abril de 2021

Covid-19: os riscos de não tomar a segunda dose da vacina

By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 Imagem: Divulgação
Em um café da manhã com jornalistas realizado na terça-feira (13) em Brasília, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que mais de 1,5 milhão de brasileiros não voltaram aos postos de saúde para receber a segunda dose da vacina contra a Covid-19.
De acordo com o Ministério da Saúde, São Paulo é o estado com o maior contingente, com mais de 343 mil atrasados. Na sequência, aparecem Bahia (148 mil) e Rio de Janeiro (143 mil). 
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Queiroga disse que pretende reforçar as campanhas para que todos completem o esquema vacinal. Para isso, vai contar com o apoio do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass).
A informação do ministro foi complementada pela coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Francieli Fantinato. A especialista pediu que todos aqueles que tomaram a primeira dose e já esperaram o intervalo mínimo necessário retornem até o local de vacinação mais próximo para completar o esquema preconizado.  
Esse intervalo, vale reforçar, varia de acordo com o imunizante aplicado. No caso da CoronaVac, da Sinovac e Instituto Butantan, o tempo entre a primeira e a segunda dose é de 14 a 28 dias.
Já na AZD1222, de AstraZeneca, Universidade de Oxford e Fundação Oswaldo Cruz, o período de espera é de 3 meses.
Mas quais são os riscos que esses 1,5 milhão de brasileiros estão correndo ao não tomarem a segunda dose?
Resguardo duvidoso
A maioria das vacinas contra a Covid-19 testadas e já aprovadas necessitam de duas doses para conferir uma taxa de proteção aceitável. 
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Isso vale para os produtos desenvolvidos por Pfizer, Moderna, Instituto Gamaleya e os dois que são usados atualmente na campanha brasileira: a CoronaVac e a AZD1222, como explicado nos parágrafos anteriores.
Por ora, a única exceção da lista é o imunizante de Johnson e Johnson, que já fornece uma boa resposta com a aplicação de apenas uma dose. 
Esses esquemas vacinais foram avaliados e definidos nos estudos clínicos das vacinas, que envolveram dezenas de milhares de voluntários e serviram para determinar a segurança e a eficácia das candidatas.
Portanto, se alguém tomar apenas a primeira dose de CoronaVac ou AZD1222 e se esquecer da segunda, não estará devidamente protegido.
Por mais que a primeira dose já dê um pouco de proteção, essa taxa não está dentro dos parâmetros estabelecidos pelos especialistas e pelas instituições que definem as regras do setor, como a Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Outro ponto perigoso: ao receber a primeira dose (e não retornar para completar o esquema vacinal), o indivíduo corre o risco de ficar com uma falsa sensação de segurança.
Ele pode até achar, de forma absolutamente equivocada, que já está imune ao coronavírus e seguir a vida normalmente, sem os cuidados básicos contra a Covid-19.
As recomendações, porém, continuam as mesmas para quem recebeu duas, uma ou nenhuma dose de vacina: todos precisam manter distanciamento físico, usar máscaras, lavar as mãos e cuidar da circulação de ar nos ambientes. 
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Começar de novo?
Ainda não se sabe ao certo como fica a situação de quem não completou as duas doses: esses indivíduos precisam recomeçar o esquema vacinal do zero ou podem tomar a segunda a qualquer momento?
Isso vai depender do tempo de atraso, especulam os especialistas.
"Se o prazo para receber a segunda dose passou demais, pode ser necessário recomeçar o regime vacinal, pois todos os dados de eficácia que temos são baseados num protocolo. Se fugirmos disso, não temos como garantir a imunização", diz a imunologista Cristina Bonorino, professora titular da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Num cenário de escassez de vacinas, isso pode comprometer ainda mais nossos estoques e deixar na mão um monte de gente que ainda precisa se imunizar. 
Em todo caso, vale seguir a recomendação do Ministério da Saúde e visitar o posto de vacinação mais próximo de sua casa o quanto antes para completar a proteção contra a Covid-19.  
Bonorino, que também integra a Sociedade Brasileira de Imunologia, acredita que o governo deveria investir em campanhas de comunicação para conscientizar as pessoas sobre a necessidade de seguir direitinho os protocolos de imunização do país. 
E é importante lembrar que a primeira e a segunda dose devem ser do mesmo fabricante, sem nunca misturar os produtos: tem que começar e terminar com a CoronaVac ou com a AZD1222.
De acordo com as últimas informações do Ministério da Saúde, até o momento o Brasil vacinou um total de 27 milhões de pessoas contra a Covid-19. O número corresponde a pouco mais de 12% da população do país. 

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