By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BANDA B – Imagem: O Globo
A denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro
(MP-RJ) contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) repercute na
mídia internacional nesta quarta-feira, 4. O filho do presidente da
República, Jair Bolsonaro, é acusado de peculato, lavagem de dinheiro e
organização criminosa por um esquema de “rachadinha” no seu antigo
gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Os veículos internacionais destacam os reflexos da denúncia para a imagem do presidente da República. O Financial Times,
por exemplo,classifica o incidente como um “constrangimento” para o
presidente. O jornal relembra que há poucas semanas, o mandatário
afirmou ter dado fim à corrupção no Brasil ao falar sobre o fim da Lava
Jato.
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A Bloomberg também citou a operação ao relembrar o afastamento do
ex-ministro Sérgio Moro após o presidente ter sido acusado de querer
interferir na Polícia Federal para blindar o filho mais velho das
investigações. Para o jornal, a denúncia do MP-RJ é “mais uma dor de
cabeça jurídica” para o mandatário, que segundo a publicação, se elegeu
com uma “forte plataforma anti-corrupção em 2018”.
Na mesma linha, o britânico The Guardian compara o
presidente com o líder dos Estados Unidos, Donald Trump, ao dizer que
Bolsonaro se apresentou na campanha eleitoral como um “forasteiro da
política e cruzadista anticorrupção que tiraria o Brasil da lama”. Essa
reputação tem se desfeito por causa de suspeitas em relação a Flávio,
assim como denúncias contra os outros filhos, Carlos e Eduardo
Bolsonaro, “envolvendo irregularidades financeiras e disseminação de
informações falsas”, segundo o veículo.
“O caso aumentou a tensão política no Brasil, colocando a família Bolsonaro contra o Judiciário e a mídia”, diz a notícia do Wall Street Journal sobre
o caso. O jornal destacou a ameaça do presidente a uma jornalista em
agosto após ser perguntado sobre transferências bancárias feitas por
Fabrício Queiroz à primeira dama, Michelle Bolsonaro. Queiroz é um dos
16 ex-funcionários de Flávio Bolsonaro mencionados na denúncia do MP-RJ.
Sobre o ex-assessor, o veículo argentino Clarín relembra
que Queiroz foi preso em junho do ano passado na residência de um dos
advogados da família Bolsonaro.
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O texto, originalmente publicado pela
agência EFE, diz que “o caso não afeta diretamente o chefe de
Estado”, mas destaca que foram as investigações desse caso que
identificaram os depósitos feitos de Queiroz para a primeira dama.
Ainda sobre ele, o também argentino La Nación menciona
que algumas linhas de investigação ligam o ex-assessor, que cumpre
prisão domiciliar, “às temidas milícias paramilitares do Rio de
Janeiro”. O veículo pontuou ainda que “essa é a primeira denúncia contra
um membro da família Bolsonaro desde que o mandatário assumiu o cargo
em 2019”.
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