By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
Um laudo de perícia feito pela Polícia Civil do Distrito Federal confirmou que o professor Odailton Charles Albuquerque Silva, de 50 anos, morreu após ser envenenado
com raticida. Segundo o delegado Laércio Rossetto, da 2ª Delegacia de
Polícia, foi encontrada no sangue e no vômito dele a substância
aldicarb, que está presente no veneno de rato conhecido como chumbinho.
O professor foi internado no dia 30 de janeiro no Hospital Regional da
Asa Norte (Hran). Ele teria passado mal após tomar um suco de uva
supostamente oferecido por uma colega no Centro de Ensino Fundamental
(CEF) 410 da Asa Norte, onde Odailton trabalhava há oito anos.
Na última terça-feira (4), o professor morreu, após cinco dias
internado. Segundo a polícia, está descartada a hipótese de morte
natural. No entanto, os investigadores afirmam que "o quebra-cabeças
ainda está sendo montado".
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Segundo o delegado, a vítima cita o suco de uva em áudios enviados a amigos.
No entanto, a colega que teria oferecido o líquido nega, assim como um
vigilante, que disse ter visto o professor tomar dois comprimidos.
Substância tóxica
No dia em que passou mal, Odailton foi socorrido e levado pelo Corpo de
Bombeiros ao Hran. Segundo a ocorrência registrada na polícia, a mulher
dele disse que, ao chegar no hospital, o marido estava em uma maca
tremendo muito e inconsciente. O quadro do professor se agravou até a
morte na terça
A perita Flávia Pine Leite, do Instituto de Criminalística, afirma que a
substância aldicarb é altamente tóxica, de efeito rápido e tem venda
proibida. O material foi encontrado no vômito do professor, assim como
no primeiro exame de sangue feito no hospital.
“A substância foi encontrada no vômito. É um indicativo que pode ter
sido ingerido. Mas não podemos afirmar com certeza, só a investigação”,
afirma o delegado Laércio Rossetto.
Além do aldicarb, os peritos também encontraram traços de relaxante
muscular nos materiais biológicos de Odailton. No entanto, não foram
localizados traços do suco.
De acordo com o delegado, o celular da vítima e de mais uma pessoa
foram apreendidos. A colega que teria oferecido o suco ao professor
também prestou depoimento. Rossetto afirma que a apuração do caso
demanda cuidado.
Áudios
No dia em que passou mal, Odailton enviou áudios (ouça acima)
para dois amigos afirmando que o mal estar teve início após tomar o
suco oferecido pela colega. Nas gravações, ele suspeita que pode ter ser
sido envenenado.
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Leia transcrição de um trecho abaixo:
"Não
é brincadeira não. Eu tomei um negócio e estou passando mal mesmo. Será
que essa desgraçada me envenenou, rapaz? Ela esperou sair todo mundo
para almoçar. P*.
Nossa,
sinceramente, eu tô até com medo de ligar para a minha mulher e deixar
ela apavorada, coitada. Sei lá. Tô passando mal mesmo. Ela botou algum
purgante aqui, algum purgante."
Em outro trecho, o professor diz que teve desavenças anteriores com a
colega e afirma que, no dia do episódio, ela estava com "ódio nos
olhos". Ao fim da gravação, Odailton afirmou "não acreditar" que a
mulher pudesse ter feito isso e que o problema deveriam ser os remédios
que ele tomava.
Leia transcrição abaixo:
"Minha
amiga, eu tô te mandando a mensagem porque tu demora a atender. Aí eu
fico agoniado. Eu cheguei aqui, a mulher com uma cara feia da p* para
mim. Os quadros que eu tinha deixado já tavam tudo empilhado para eu
carregar. Minha folha de ponto para assinar. Quase que ela não deixa eu
entrar na escola.
Aí
depois ela viu que eu estava de boa e tal, não sei o quê. Mas a mulher
com ódio, ódio, ódio nos olhos, né? Aí eu fui, aí ela me chamou na
salinha ali para assinar a filha de ponto. Aí quando eu fui ver ainda me
deu uma garrafinha de suco de uva. Tomei até um susto. Uma garrafinha
dessas, né... Aí eu falei: ‘Não vou tratar mal, né? Não vou ser
deselegante não’. Eu fiquei meio receoso, mas aí fui e tomei.
Eu
não sei...agora, já tem uns 15 minutos. Agora, tá me dando uma dor de
barriga desgraçada. Será se essa p* botou algum laxante para me
sacanear? Botou alguma coisa dentro dessa p* desse suco de uva. Porque
não é possível a dor na barriga que eu tô.
Eu
hein, tô grilado agora, agora eu tô grilado. A mulher me olha de cara
feia. Aí depois que o pessoal sai todo de perto, que ela me põe ali
naquela salinha, que era do Bira, para assinar a folha, e me vem com uma
garrafinha de suco de uva e me dá.
Sei
lá, agora eu tô com o estômago aqui f*, doendo. Não sei que p* é essa.
Tô com medo vou até ligar para a minha mulher. Mas vamos esperar, não
deve ser nada não, deve ser dos meus remédios. Vai dar tudo certo. Ai,
não é possível que ela tenha a coragem. Ah meu pai do céu."
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