sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Em 15 anos, índice de suicídio entre crianças e adolescentes sobe 65%


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BAND NEWS FM Imagem: Divulgação


O número de suicídios de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos aumentou 65% de 2000 a 2015. Na faixa etária de 15 a 19 anos, o índice subiu 45% no período. Os dados são de uma pesquisa da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso Brasil), com base em números do Ministério da Saúde. No Paraná, o Hospital Pequeno Príncipe registrou 30 casos de autoagressão em pacientes de 11 a 17 anos, somente em 2017 – destes, 27 foram tentativas de suicídio.
Os atendimentos incluem situações de automutilação ou intoxicação por medicamentos ou outras substâncias.
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Apesar de altos, estes índices podem ainda estar defasados, pois muitas situações não são registradas. Ainda assim, de acordo com a coordenadora do serviço de psicologia do Hospital Pequeno Príncipe, Angela Bley, esse aumento indica que o assunto – sempre tratado como tabu – está ganhando espaço aos poucos e sendo mais debatido.
A tentativa de tirar a própria vida é o último estágio de uma série de comportamentos de sofrimento. A psicóloga explica que a maioria dos casos revela um problema na estrutura familiar, que tem muita relação com a instabilidade emocional dos próprios pais ou das pessoas com quem as crianças e adolescentes convivem.
A profissional destaca que com uma sociedade cada vez mais conectada digitalmente, mas afastada nas relações pessoais, meninos e meninas buscam suprir a falta de diálogos, proximidade e atenção. Essa geração não tem sido orientada para lidar com frustrações. Esse é um dos pontos que podem explicar situações de automutilação, por exemplo. Como se fosse um “escape” para os casos em que controlar as emoções se torna difícil.
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Neste mês, a campanha mundial Setembro Amarelo destaca o assunto e promove ações de prevenção ao suicídio, considerado um problema de saúde pública. A busca por ajuda profissional é fundamental. Um dos canais mais acessíveis para quem estiver enfrentando algum problema de fundo emocional é o Centro de Valorização da Vida (CVV). Pelo telefone 188 uma rede de voluntários atende quem está em momentos de desespero. Somente em 2017, o CVV recebeu cerca de 2 milhões de ligações.


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